Científico

Musculoesquelético

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História clínica

  • Paciente do sexo feminino, 57 anos, com antecedente de carcinoma ductal invasivo em mama direita com imunohistoquímica triplo negativo, com tratamento cirúrgico conservador seguido de terapia adjuvante (quimio e radioterapia).
  • Após 15 anos do quadro oncológico, durante seguimento, apresentou dor em caráter intermitente na topografia dos arcos costais.
  • Na ressonância magnética de quadril, observou-se lesão nodular heterogênea no ílio-psoas direito de realce heterogêneo pelo meio de contraste.
  • Prosseguiu-se com ressecção de tumor pélvico/iliopsoas direito e a análise histopatológica e imunohistoquímica foi compatível com tumor mesenquimal fosfatúrico.

Figuras

  • Ressonância magnética de quadril, corte axial, sequência STIR. Observa-se lesão nodular heterogênea centrada no ventre muscular do ílio-psoas direito ao nível da cabeça femoral, com hipersinal na sequência apresentada. Seta azul – Fratura patológica.

  • Ressonância magnética de quadril, corte axial, sequência T1. Observa-se a lesão nodular com sinal intermediário / alto na topografia já descrita. Seta azul – Fratura patológica.

  • Ressonância magnética de quadril, corte coronal, sequência T1. Observa-se a lesão nodular com sinal intermediário / alto na topografia já descrita.

  • Ressonância magnética de quadril, corte axial, sequência T1 pós-contraste. Observa-se a lesão nodular com realce heterogêneo ao meio de contraste.

Tumor mesenquimal fosfatúrico

Leonardo Rosolen Iunes, Roddie Moraes Neto e Afrânio dos Reis Teixeira Neto

 
  • O tumor mesenquimal fosfatúrico é um tumor raro, comumente associado à osteomalácia induzida por tumores, que é uma síndrome paraneoplásica manifestada com depuração renal excessiva de fosfato.
  • Um dos marcadores produzidos por essa classe de tumores é o FGF23 (fator de crescimento fibroblástico 23), um peptídeo hormonal que diminui a reabsorção proximal de fosfato e inibe a 1-alfa-hidroxilase, responsável pela diminuição dos níveis séricos da 1-alfa-25-dihidroxi vitamina D3.
  • Alterações, como fraturas patológicas, são observadas e secundárias à osteomalácia induzida pela substância supracitada, a qual também induz redução da atividade osteoblástica, além de outras manifestações clinicamente aparentes como a fraqueza muscular progressiva e dor óssea associada.
  • Na ressonância magnética, as imagens tumorais apresentaram sinal intermediário em relação aos músculos em T1 e com alto sinal em T2, contendo ‘’flow voids’’. Apresentam realce marcadamente heterogêneo ou homogêneo na imagem de supressão de gordura em T1 pós-contraste.
  • Dentre os diagnósticos diferenciais do tumor apresentado, destacam-se os seguintes: hemangiopericitoma, paraganglioma, condrossarcoma mesenquimal, tumor fibroso solitário, metástases e hiperparatireoidismo.
  • Por fim, é discutido na literatura a diferença entre o uso do PET/CT FDG em comparação com o PET/CT Ga68-DOTA. O PET/CT FDG apresenta uma alta sensibilidade, porém, trata-se de um exame inespecífico, podendo identificar múltiplas áreas de atividade metabólica intensa não relacionadas ao tumor, principalmente em pacientes com focos de fraturas patológicas. Já o PET/CT Ga68-DOTA apresenta elevada sensibilidade e uma maior especificidade, pois utiliza moléculas modificadas de octeotride (DOTANOC), um análogo da somatostatina, que possuem alta afinidade por receptores de somatostatina, estes presentes em grande escala no tumor mesenquimal fosfatúrico.