Científico

Musculoesquelético

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História clínica

  • Paciente 12 anos, sexo feminino.
  • Paciente procurou o serviço hospitalar referindo quadro de dor em membro inferior esquerdo após ato de sentar-se, há 1 mês.
  • Referia também dor em ortostase, tipo fisgada, com alívio parcial ao uso de analgésico (dipirona).
  • Relatava surgimento de lesão elevada em terço distal da tíbia esquerda, sem sinais inflamatórios, porém associado à limitação de atividades diárias.
  • Negava febre, trauma no local ou outros sintomas.
  • Exame físico de entrada: dor à palpação de MIE, com sensibilidade importante em terço distal do membro, sem sinais inflamatórios locais, força preservada bilateralmente, pele íntegra.

Exames laboratoriais

Hemoglobina: 13,5 g/dL
Hematócrito: 42,2 %
Leucócitos: 5,59 mil/mm³
Plaquetas: 201.000/mm³
PCR: 0,1 mg/dL

VHS: 7 mm/h
TAP: 12,3 seg
INR: 1,03
Potássio: 4,1 mEq/L

Figuras

Janeiro de 2021

Raio-X

Fevereiro de 2021

Tomografia computadorizada

Ressonância magnética

Setembro de 2021

Raio-X

Tomografia computadorizada

Adamantinoma ósseo

Autores: Lucas Bannwart e Thiago Britto Fernandes Feitosa

Orientador: Dr. Luiz Fernando Vitule

  • Tumor maligno de baixo grau, raro, aproximadamente 0,4% de todos os tumores ósseos malignos primários.
  • Afeta principalmente os ossos longos, tíbia (80-85%), predominantemente na diáfise. Em 10-15 % dos casos pode ocorrer simultaneamente tíbia e fíbula.
  • Epidemiologia: adulto jovem (média 25-35 anos).
  • Manifesta-se com dor e deformidade progressiva no local afetado, com fratura patológica em até 23% dos casos.
  • Histologia: células epiteliais com conteúdo osteofibroso de células fusiformes.
  • Difere-se em quatro padrões: fusiforme, basalóide, tubular e escamoso.
  • Metástase em 15-30% dos casos (pulmão e linfonodos), recorrência em 18-32%.
  • O principal diagnóstico diferencial é a displasia fibrosa.

Achados de imagem

  • Radiografia: lesão lítica de base cortical, na maioria das vezes expansiva podendo ir até o canal medular.
  • Tomografia Computadorizada (TC): rotura cortical e expansão e envolvimento de partes moles adjacentes, quando presente.
  • Ressonância Magnética (RM): importante papel no estadiamento locorregional. Lesão multiloculada de origem na cortical óssea, podendo se estender circunferencialmente pelo córtex, chegando até a medular óssea. Infiltração da medula ocorre em 60% dos casos, rotura cortical em 35-52% dos casos e associação com componentes extraósseos em 9% dos casos.
  • Baixo sinal no T1, com impregnação intensa e homogênea pelo gadolíneo;
  • Alto sinal no T2, podendo ser homogêneo ou multinodular.

Abordagem e seguimento

  • Biópsia
  • Após dois meses foi realizado abordagem pela técnica de frozen, que consiste em congelar o segmento ósseo acometido em nitrogênio líquido e depois do degelo reimplantá-lo.
  • Após dois anos, paciente evolui com dor a deambulação no tornozelo esquerdo. Realizada nova biópsia.
  • Após o procedimento inicia novo quadro de dor associado a sangramento de ferida operatória e é submetida à cirurgia de urgência: tibilização de fíbula.

Diagnóstico e seguimento

  • Após cirurgia, paciente apresentou melhora do quadro clínico.
  • Realizou fisioterapia e fortalecimento muscular.
  • Permanece em seguimento no ambulatório de ortopedia oncológica.