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Novembro de 1993: nova direção para o biênio 94/95

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Em um dos encontros realizados em São Carlos, em 1993, a Sociedade Paulista de Radiologia elegeu sua nova diretoria para o biênio 94/95. O Dr. Nestor de Barros, professor de Radiologia da FMUSP, foi eleito por aclamação, já que apenas uma chapa estava inscrita. A Assembleia Geral, instalada pelo presidente Dr. Jaime Ribeiro Barbosa, apresentou balanços das atividades e do financeiro.

Durante a gestão anterior, o Dr. Jaime se destacou pelo seu espírito de liderança, formando uma equipe de alto nível e obtendo excelentes resultados em eventos científicos. O Dr. Sidney de Souza Almeida elogiou a atuação da diretoria, especialmente no desenvolvimento desses eventos científicos.

A nova diretoria assumiu a SPR em um momento delicado, marcado pela transferência de atribuições do Governo Federal para esferas estaduais e municipais na área da saúde. A diretoria planejava enfrentar desafios, como a expansão da Jornada Paulista de Radiologia para o Palácio de Convenções, no Parque Anhembi.

A Comissão de Honorários, Comissão Científica, Comissão de Sindicância, Comissão de Estatuto e Comissão de Ensino desempenhariam papéis importantes no programa de trabalho. A ampliação da Videoteca e a criação de cinco novos departamentos, como Ressonância Magnética e Pediatria, estavam nos planos para acompanhar os avanços tecnológicos.

A SPR buscava estreitar relações com entidades médicas, como AMB, APM e SINDHOSP, visando fortalecer a especialidade e incentivar a participação ativa dos radiologistas na política dessas organizações. O Dr. Nestor de Barros expressou a intenção de fortalecer a representatividade dos ultra-sonografistas em Gineco-Obstetrícia.

O futuro da SPR envolvia ajustes e aprimoramentos para atender às mudanças no setor, com o compromisso de promover a especialidade e contribuir para o avanço da radiologia no cenário nacional.

 

A radiologia no tratamento da AIDS 

Em um contexto de crescente preocupação com a AIDS no Brasil, com 40 mil casos identificados e a expectativa de 50 a 60 mil novos casos naqueles próximos três anos, o papel da radiologia no diagnóstico e tratamento da doença ganhou destaque. O Prof. Edson Marchiori, do Rio de Janeiro, dedicou mais de cinco anos à pesquisa nessa área e destacou a necessidade de divulgar os resultados durante o primeiro Curso de Atualização em Ultrassom e Tomografia Computadorizada em São Paulo.

O Prof. Marchiori enfatizou que, embora a prevenção seja crucial, o DI desempenha um papel cada vez mais importante no tratamento da AIDS. A doença provoca tumores e infecções específicas, e determinados padrões radiológicos podem sugerir com alta precisão a presença de infecções oportunistas ou tumores associados.

Além do diagnóstico, a radiologia também é útil para avaliar a resposta dos pacientes ao tratamento clínico, possibilitando um início mais precoce do tratamento e, consequentemente, aumentando as chances de sucesso terapêutico. Quando procedimentos cirúrgicos são necessários, como biópsias para diagnóstico específico, a radiologia desempenha um papel orientador.

O Prof. Marchiori destacou a importância do trabalho interdisciplinar, em que o profissional atua ao lado do infectologista e do clínico. Ele enfatizou que esses grupos desenvolveram protocolos nos principais centros de referência do país, embora nos hospitais em geral a situação dos pacientes com AIDS seja mais desafiadora, dada a diminuição de leitos públicos e a resistência dos planos de saúde em cobrir o tratamento.