Concursos e premiações

A experiência do Dr. Danilo Wada com o Progetto Diventerò

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email

O Progetto Diventerò, que está com as inscrições abertas para a próxima edição, leva jovens de talento para um treinamento profissional em Diagnóstico por Imagem de seis semanas na Itália. Essa é uma iniciativa resultante da parceria entre a SPR e a Fundação Bracco.

Neste ano, o Dr. Danilo Wada, um dos vencedores da última edição, embarcou para Milão para essa experiência única, ao lado de profissionais renomados. Confira uma entrevista exclusiva com ele, que nos contou detalhes desses dias vivenciando a radiologia italiana.

 

Em que serviço/cidade você ficou?

Durante o Progetto Diventerò, tive a oportunidade de ficar na deslumbrante cidade de Milão, onde meu serviço principal foi no renomado ASST Grande Ospedale Metropolitano Niguarda, também conhecido como Ospedale Niguarda. Este impressionante hospital público é considerado o maior de Milão, com seus  1.167 leitos e uma estrutura física notável. Antes mesmo de iniciar o estágio, decidi explorar os arredores do hospital e me surpreendi ao descobrir que a caminhada até lá levava cerca de 32 minutos.

Dr. Danilo na entrada do Ospedale Niguarda

A entrada do complexo é majestosa e bem conservada, e suas instalações são divididas em diversos blocos. Os blocos Nord e Sud são especialmente movimentados, abrigando a maioria dos atendimentos, enquanto outras áreas estão voltadas para questões administrativas, cursos e até mesmo uma lavanderia. Vale ressaltar que o hospital possui uma área especial com animais, incluindo cavalos e patos, proporcionando aos pacientes pediátricos crônicos um contato revigorante com o ‘mundo exterior’. Essa iniciativa de acolhimento é verdadeiramente inspiradora. Infelizmente, devido à pandemia da Covid-19, o prédio que servia como acomodação para familiares e acompanhantes de pacientes mais necessitados foi fechado e permanece inativo. O Ospedale Niguarda é reconhecido mundialmente como um serviço de excelência e está consistentemente classificado entre os melhores hospitais de Milão e do mundo. Em 2023, obteve a honrosa posição de segundo melhor hospital da Itália e 60º no ranking global.

Milão é uma cidade com transporte público excelente. O hospital fica numa área de fácil acesso pelo transporte público. Existem 3 linhas de ônibus e 2 linhas de trams (pequenos bondes), que distam menos de 150 metros do hospital (informação buscada no site da ATM – empresa gestora dos transportes públicos da cidade). A linha M3 do metrô também é razoavelmente acessível por uma caminhada de menos de 20 min (cerca de 1,3km) através das estações de Dergano e Affori Centro; porém, pela grande conectividade dos meios de transporte, é muito mais prático transitar do metrô ao hospital através de um tram pela estação M3 Maciachini. Um bilhete público custava €2,20 e permitia baldeações entre os meios de transportes na região central durante um período de 90 minutos.

A locomoção da hospedagem para o hospital foi bem prática no período. Tinha que andar três quarteirões e chegava na estação 3 de tram. Depois, fazia uma baldeação para a linha 5, que tinha como ponto final o hospital. Gastava aproximadamente 40 minutos no percurso.

Quem era o médico responsável pela equipe em que atuou? Como era a equipe, tamanho e rotina de trabalho?

Professor Angelo Vanzulli e o Dr. Danilo

Lá no hospital, fui recepcionado por um dos radiologistas mais respeitados da Itália, o Professor Angelo Vanzulli. Já no primeiro contato, notei o quanto ele era uma pessoa atarefada e requisitada. Durante nossa primeira conversa, foi interrompido por duas ligações de celular de assuntos administrativos e logo tivemos que sair, pois ele ia a uma reunião multidisciplinar que ele chefiava.

Ele me confessou que não sabia muito como lidar com o estágio, pois esperava algum residente recém-formado. Sempre me deixou à vontade no serviço para acompanhar o que quisesse e no dia que quisesse. Logo, após o primeiro contato, eu o acompanhei na reunião multidisciplinar. Como grata surpresa, era uma reunião de casos de oncologia pulmonar, um tema que faz parte do meu dia a dia. A reunião foi uma das melhores partes do estágio, me ajudando, inclusive, com a língua. Como sabia o que estava sendo discutido pelas imagens apresentadas, comecei a me habituar mais facilmente. Desde a primeira reunião, compreender era simples, porém, notei que criar frases e responder em italiano ainda levaria um certo tempo. Todos os médicos foram muito receptivos comigo, inclusive pedindo a minha opinião durante todas as reuniões. No início, eu respondia em inglês; nas últimas duas semanas, estava me arriscando a responder em italiano. Uma das reuniões foi bastante interessante, porque o professor teve que sair para uma reunião administrativa e os demais médicos me pediram para fazer a parte da radiologia.

É impressionante o quanto o nome do Professor Vanzulli abria portas para mim na Itália. Durante o meu período sob sua tutela, pedi para conhecer alguns outros serviços que buscassem inovações na medicina. Nessas situações, eu dizia algum tema, ele sacava o celular do bolso, fazia uma ligação e, ao término dela, me dizia: ‘Amanhã vá ao hospital X e procure o Dr. Y que estará à sua espera. Para chegar lá, você precisa pegar a linha Z do transporte público’.

Dra. Fabiane Barbosa e o Dr. Danilo

Outra pessoa que me ajudou muito no período que estive lá foi uma médica assistente da radiologia intervencionista. Uma brasileira, a Dra. Fabiane Barbosa. Em Milão há mais de 18 anos e muito respeitada no hospital, foi uma anfitriã formidável. Me dava dicas de como resolver todas as situações (indo desde me conseguir um jaleco e um crachá, até me aconselhar onde fazer turismo ou comprar bons vinhos). Também me ajudou a conhecer outros serviços de intervenção na cidade (principalmente o fantástico trabalho desenvolvido pelo Professor Franco Orsi, no Istituto Europeo di Oncologia), e me possibilitou assistir gratuitamente um curso da Sociedade Europeia de Radiologia Intervencionista, que ocorreu na instituição durante o meu período lá (seria impossível assistir ao curso pois todas as vagas haviam sido vendidas e custavam mais de €900).

Quanto à estrutura do corpo clínico, notei muitas semelhanças com o Brasil: a falta de médicos atuando, a dificuldade de conseguir vagas de reposição e a falta de candidatos quando conseguiam uma vaga. Notei como eles também tinham dificuldade para reter talentos que formam na instituição.

A radiologia no hospital é dividida de forma diferente do que costumamos ver no nosso país. Lá existiam departamentos de radiologia diagnóstica, radiologia intervencionista (que lá chamam de radiologia interventistica), neurorradiologia e medicina nuclear. Notei que os departamentos de radiologia diagnóstica e intervencionista tinham uma ótima relação, mas praticamente não tinham contato com as equipes de neurorradiologia e de medicina nuclear.

O departamento de radiologia diagnóstica tinha sob sua tutela no bloco Sud 2 máquinas de ressonância magnética (RM), dois equipamentos de tomografia computadorizada (TC) no setor de diagnóstico, seis aparelhos de ultrassom e várias salas de mamografia, tomossíntese, radiografia simples e de dupla energia (não lembro precisamente do número desses tipos de equipamentos isoladamente). Além disso, também ficavam sob sua tutela alguns equipamentos de radiografia, de ultrassonografia e duas máquinas de TC, no departamento de emergência no blocco Nord.

Para cobrir o serviço todo, contavam com 23 radiologistas. O período de trabalho de cada um era de 6 horas/dia e todos tinham que participar da escala de plantão noturno na urgência (até mesmo os chefes e os mais velhos).

A rotina de trabalho é bem diferente do Brasil. Os contratos de funcionários públicos da saúde lá têm mecanismos financeiros que tornam pouco interessante trabalhar em mais de uma instituição. Há um bônus por trabalhar apenas na instituição que é mais de 30% do valor total que recebem. Em caso de necessidade de complementar a renda, sempre há pessoas dispostas a ceder plantões (que são pagos à parte) e também se pode realizar exames de pacientes particulares ou de convênio antes ou após o seu expediente. Os médicos têm certa liberdade para o horário de chegada e de saída, mas, em geral, chegam no hospital por volta das 08h30 e saem às 14h30. A agenda de exames da instituição costuma começar às 08h e terminar às 14h. Pequenos atrasos são comuns como no país e, por isso, os pacientes particulares e de convênio normalmente são agendados das 07h às 8h, ou após às 15h.

Para alguém que trabalha numa instituição pública no Brasil, o volume de exames é chocante. Como exemplo, na TC, eles agendam 10 pacientes por período (cada paciente pode ter um número variável de exames, como ter no mesmo dia: TC de crânio, TC de tórax, TC de abdome e TC de pelve), e como a maior parte do volume do hospital é de oncológicos, isso dá por volta de 30 exames. Além dos exames agendados, fazem exames dos pacientes internados na instituição. Os internados têm prioridade tanto na realização, quanto na liberação de seus laudos. O radiologista fica responsável por todos os exames, não tendo uma subdivisão de especialidades para laudar cada um dos exames de TC.

Claro que em outras situações, eles têm uma produtividade muito superior. Certo dia, vi 15 procedimentos guiados por TC (entre biópsias, drenagens, posicionamentos de cateteres e ablações de lesões) serem feitas num só período. Em outra situação, assisti a 31 punções de tireoide em um pouco mais de seis horas.

Uma curiosidade é que é bem comum que não parem para comer durante o período de trabalho, tocando tudo da forma mais rápida possível para terminar o quanto antes, sair do hospital e aproveitar o período da tarde. Nem sempre os radiologistas almoçam.

 

O que lhe admirou no trabalho lá desenvolvido?

Gostei muito da celeridade que eles tinham em resolver cada caso internado. Um bom exemplo foi de um caso de câncer de pulmão incidental. Um paciente chegou ao pronto socorro com queixa de falta de ar e encontraram uma massa no lobo superior do pulmão direito dele. Isso ocorreu numa quinta-feira. No mesmo dia, ele fez uma broncoscopia com ultrassonografia endobrônquica amostrando linfonodos; na sexta-feira, ele fez um PET-CT; na segunda-feira, discutiram o caso na reunião sabendo que a bronco não tinha resolvido. Na terça-feira, ele foi para uma biópsia transtorácica e, na quinta-feira, já se tinha um resultado de carcinoma espinocelular. Toda essa velocidade numa instituição pública.

Tudo isso só foi possível pela boa comunicação entre as equipes envolvidas. Tudo o que foi feito para esse paciente foi através de “encaixes” e todos eram muito solícitos a esses pedidos. Acho que no ritmo que trabalhamos aqui, sinto que isso seria impossível. Não se tem margem de trabalho para “encaixes” no SUS e tudo acaba demorando meses ou anos.

Também fiquei impressionado com o acesso a recursos modernos que os pacientes do sistema de saúde pública tinham lá. Imunoterapia, terapia alvo, antifibróticos, medicações reumatológicas modernas como exemplos de tratamentos. Boas luvas de látex, agulhas precisas de biópsia, equipamentos modernos de radioterapia para tratamentos localizados e por aí vai.

 

Quais diferenças identificou na Radiologia praticada no Brasil e na Itália?

A diferença mais gritante foi ver como lá todos fazem um pouco de tudo. Nos serviços que conheci, todos faziam um pouco de todas as especialidades no trabalho. Todos se ajudavam e iam criando diferentes perfis dentro do serviço. Sempre que havia um caso mais complicado de abdome, o Professor Vanzulli era contatado; num caso de tórax, falavam com sua assistente chefe (Dra. Francesca) e, assim, informalmente, iam criando alguns especialistas sem nunca deixarem de ser radiologistas gerais.

O acesso a recursos, como já comentado, também é uma diferença importante entre a prática da radiologia. Os equipamentos de TC e RM nos hospitais públicos lá tinham aproximadamente a mesma idade dos que temos por aqui, mas indo para o campo da radiologia intervencionista, os equipamentos eram mais modernos. Vi um caso de um paciente que chegou com uma dissecção de aorta iniciando logo após a origem da carótida comum esquerda. Optaram por fazer uma abordagem híbrida, necessitando de um bypass cirúrgico e a colocação de uma endoprótese torácica (TEVAR). Tudo isso foi feito numa mesma sala híbrida, levando apenas um dia. O paciente chegou um pouco antes das seis da manhã, foi para o centro cirúrgico por volta das onze e às 18h estavam encerrando o último procedimento.

O ritmo de trabalho deles também me fez pensar o quanto estamos sendo eficientes em entregar uma medicina rápida. Como no caso que contei, se não tivessem margens para “encaixes”, demoraria muito mais para o paciente do câncer de pulmão chegar ao seu diagnóstico. Além disso, acho que essa possibilidade de ter parte da tarde livre ou poder rentabilizar dentro do hospital é um modelo bastante interessante para reduzir os casos de burnout de radiologistas.

A remuneração dos médicos no sistema público também me impressionou. Apesar do salário base baixo (cerca de €3000), com horas extras, plantões e pacientes do sistema privado e particulares, não é difícil dobrar os recebimentos mensais.

Confesso que senti falta da interação entre a medicina nuclear e a radiologia lá. Acredito que o melhor modelo de exames de tomografia por emissão de pósitrons com tomografia computadorizada (PET-CT) é tendo um laudo no qual participem um radiologista e um médico nuclear. Claro que isso incorre em custos, mas sou otimista e acredito que um dia a medicina ainda vai querer rumar para a qualidade e não para as margens de lucro e quantidades.

Outra diferença que me intrigou bastante é que os radiologistas se comprometem com os pacientes. É quase regra que após um radiologista laudar certo caso inicial do hospital, o paciente procure esse mesmo médico para realizar seus exames e, assim, há um certo vínculo que se estabelece. Vi por várias vezes algum radiologista ser avisado por um técnico ou alguém da enfermagem que um certo paciente faleceu. Sempre ligavam para a família ou pelo menos deixavam mensagens para lamentar o ocorrido e confortar. E vi que alguns casos realmente doíam no radiologista ao receber a notícia.

 

O que destaca como principais aprendizados, tanto cientificamente, quanto de vivência, rotina?

Para mim, o Progetto Diventerò propiciou a melhor experiência de vida que já tive. Foi a minha primeira experiência morando fora, e adorei passar dificuldades com a língua, com as regras do sistema de transporte, com as frequentes greves que ocorriam. Acho que a

Registro do Dr. Danilo em um de seus passeios pela Itália

dificuldade nos propicia a possibilidade de crescer e lá eu acredito que cresci muito como pessoa. Também acredito que ter a oportunidade de conhecer novos locais, novas pessoas, novas culturas te dá uma melhor percepção da vida e do ser humano. Até alguns anos atrás eu não gostava de viajar. Achava que era dinheiro mal gasto. Mas hoje penso diferente.

Acho que na saúde somos privilegiados. Conseguimos ver situações extremas do ponto de vista psicológico, emocional e humanístico de pacientes e acompanhantes. Da preocupação de receber um diagnóstico ruim, à alegria pela cura ou à tristeza pela perda. Muitas vezes, me pergunto se alguém que enxerga o dinheiro acima de tudo consegue fazer medicina, mas me preocupo ao ver que, por vezes, vemos pessoas procurando a radiologia, porque a vida é “mais fácil”. Essas pessoas estão equivocadas. Somos médicos. E como tal, ajudar o próximo deve ser a nossa prioridade. Cansei de ver pacientes que esgotam as linhas de tratamento no nosso SUS, mas essa experiência me ajudou a enxergar que nem mesmo no mundo com os recursos corretos, o desfecho seria necessariamente diferente. Por vezes, vamos perder para as doenças, independente do que tenhamos de ferramenta. Casos graves são casos graves sempre e em qualquer lugar do mundo.

Cientificamente, eu diria que a experiência foi ‘interessante’. Eu e o Professor Vanzulli tentamos iniciar alguns trabalhos, mas de forma frustrante, nenhum deu certo. No primeiro, ele me passou uma lista de pacientes com sarcoma de útero e pediu para checar quantos tinham exame de RM na instituição, visando fazer um trabalho retrospectivo. No total, encontramos três pacientes de uma lista de cerca de 180. Como no Brasil, os ginecologistas têm um alto grau de confiança na ultrassonografia e é raro que peçam RM. Notei isso mesmo em reuniões multidisciplinares com a ginecologia. Apesar dos insucessos, vi o nascer de ideias na cabeça do professor, sempre lendo os artigos mais recentes e vendo o que pode ser reproduzido ou melhorado. Também fiquei inspirado e ao mesmo tempo receoso da forma que algumas instituições inovam. Ter novas ideias e testá-las é importante para desenvolver a medicina, mesmo que sejam contra os principais conceitos atuais. Notei que sempre serão poucas as instituições com gabarito e prestígio o suficiente para fazer isso. E notei também o quanto pode ser excitante poder ter uma oportunidade dessas. Mas, ao mesmo tempo, vi o quanto é importante ter apoio da indústria farmacêutica e/ou fabricantes de equipamentos para conseguir algo assim, o que gera muito conflito de interesse comercial. E disso conclui que ultrapassar as fronteiras de conhecimento não é simples, tanto do ponto de vista científico quanto ético.

Tenho certeza de que o ensino de medicina melhorou muito se compararmos com 60/70 anos atrás, mas ainda sinto que uma coisa é fundamental para aprender na área: é ver uma medicina bem executada. Por vezes, podemos ler infinitamente, mas, na prática, nem sempre é fácil de exercer o que está num guideline ou num consenso. E dúvidas surgem a todo o momento, porque é impossível passar toda a experiência de um especialista ou um grupo de especialistas através de um texto. Então, eu sinto que seguir e ser sombra de alguém que faz uma prática de medicina de alta qualidade é importante. E o projeto me propiciou a oportunidade de assim fazê-lo.

Voltei com a cabeça ‘fervendo’ de ideias de como melhorar a prática nos locais que atuo, e vou lutar para ter oportunidade de um dia colocar muitas delas em prática.

 

Que valor dá para tal experiência?

Essa experiência foi de um valor inestimável para mim. Foi uma vivência transformadora que despertou em mim uma imensa vontade de aprimorar minhas habilidades. Durante esse período, superei diversos medos e inseguranças, tanto conscientes quanto inconscientes. Agora, mais do que nunca, estou determinado a buscar oportunidades para realizar um pós-doutorado em uma instituição de renome internacional. Se surgir algum convite, estou totalmente aberto a considerá-lo. (PS: aceito convites… rs)

 

Aos colegas que pensam em se inscrever no Diventerò, quais seus conselhos?

Meu principal conselho para os residentes mais jovens é que se esforcem. Que corram atrás de aprender e de desenvolver trabalhos. Não para o papel, mas para serem bons no que fazem. Claro que qualquer processo seletivo tem suas imperfeições, mas acredito do fundo do meu coração que a SPR e a Bracco procuram contemplar pessoas que realmente merecem.

Para os bons médicos já formados em radiologia, meu conselho é que se inscrevam! Não adianta ser bom e ficar escondido. Não adianta esperar que alguém venha e te dê uma oportunidade dessas sem você nem demonstrar interesse. Precisamos de uma radiologia atuante, que interaja. E se preferir ser um radiologista que se esconde atrás de um computador, melhor que não se inscreva.

E por fim, gostaria de dar dois conselhos para aqueles bons radiologistas que já ultrapassaram a idade limite para se inscrever: dinheiro não é tudo, e o Diventerò não é a sua única oportunidade de aprimoramento no exterior. Comece com um mestrado, um doutorado e corra atrás de bolsas de estudo para fazer algo fora. Mas que não seja para fugir do país. Apenas para nos ajudar na tarefa de fazer a radiologia do país crescer.