Prestes a realizar o último Clube Manoel de Abreu de 2025, em Ribeirão Preto, de 7 a 9 de novembro, a SPR relembra uma edição marcante organizada há 30 anos, em 1995. Naquele ano, o Jornal da Imagem registrava a reunião do Clube Manoel de Abreu na chácara em Americana (SP) – um encontro que combinou aprendizado científico, integração e celebração em um momento especial: o centenário da Radiologia.
Com a presença de nomes como Walmyr Maymone, José Raimundo Lima Pimentel e Armando Rocha Amodeo, o evento foi considerado um verdadeiro show científico e gastronômico. Sob a organização de Sidney de Souza Almeida e coordenação de Cláudia, a programação uniu palestras de alto nível a momentos de confraternização, destacando a força da comunidade radiológica paulista e nacional.
A reunião contou com discussões sobre Radiologia Óssea, Pediátrica e Geral, além de sessões que promoveram intensa troca de experiências entre especialistas. Entre os participantes estiveram expressivos nomes da época, como Adelson André Martins, Max Amodeo, Hilton Koch, Celso Hiram A. Freitas e José Michel Kalaf, reforçando o caráter científico do encontro.
O evento também premiou os melhores casos apresentados, reconhecendo a excelência de alguns trabalhos, como “Metabolismo ósseo com metástases intraperitoniais via cateter”, “Mesotelioma fibroso bronquial”, “Apendicite aguda com abscesso abdominal”, e “Hemoblastoma retroperitoneal com paciente de 35 anos”.
Três décadas depois, o espírito de aprendizado, amizade e integração que marcou o CMA de Americana segue inspirando as edições atuais; um legado vivo na história da SPR e da radiologia brasileira.
Eleições definiam nova liderança e reforçavam o fortalecimento da Sociedade
Outro momento histórico vivido há 30 anos: a reunião do CMA em São Carlos, que sediaria a Assembleia Geral e as eleições da nova diretoria da SPR para o biênio 1995/1997 – um evento que uniu atividades científicas, confraternização e decisões importantes para o futuro da Sociedade.
A programação seria conduzida pelo Dr. Romeu José Santini e contaria com aulas sobre radiologia pediátrica, ministradas por especialistas do Instituto da Criança da USP, além da tradicional sessão de casos e do animado futechope, marca registrada dos encontros do CMA.
O consenso entre os associados indicava o Dr. Aldemir Humberto Soares à presidência da SPR, sucedendo o Dr. Nestor de Barros, em um momento que reforçava o compromisso da entidade com o fortalecimento científico e organizacional da radiologia paulista. Radiologista com longa trajetória na área e atuação na AMSPE desde 1981, o Dr. Aldemir era, à época, coordenador do Grupo Técnico de Administração da Radiologia do Hospital Heliópolis e membro ativo da diretoria da SPR.
Liderança médica e fortalecimento institucional também foi pauta
Enquanto a radiologia celebrava 100 anos e o Clube Manoel de Abreu reunia profissionais em eventos marcantes pelo interior paulista, outro nome de destaque da medicina assumia nova liderança. Em outubro de 1995, o Jornal da Imagem publicou uma entrevista com o Dr. Eleuses Paiva, recém-eleito presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), que apresentava seus planos e diretrizes para o fortalecimento da classe médica.
Entre as prioridades de sua gestão, estavam a defesa profissional, a luta por melhores condições de trabalho e remuneração justa, e a implantação da Tabela Nacional de Honorários Médicos da AMB. O Dr. Eleuses também enfatizava a importância da educação continuada, da reciclagem de conhecimentos e da atuação unificada das entidades médicas, reforçando a parceria entre a APM e a AMB.
Além disso, ele defendia a necessidade de organização coletiva e atuação por especialidades, de modo que cada área médica tivesse voz e representatividade dentro das decisões institucionais. De acordo com suas palavras, apenas com união seria possível garantir avanços concretos na valorização da profissão e na qualidade da assistência à população.
Em um trecho que ressoa até hoje, ele destacava a necessidade de integração entre a área de imagem e as demais especialidades, ressaltando que a união da classe médica era essencial para conquistar maior reconhecimento e representatividade.