Científico

Musculoesquelético

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História clínica

  • Sexo feminino, 11 anos, natural de Campinas.
  • HPP: dermatite atópica, sem outras patologias.
  • Dor, edema e hiperemia no pé direito, com início em maio de 2021, sendo tratada com antibioticoterapia.
  • Novo episódio no membro contralateral (esquerdo) em dezembro de 2022.
  • Sorologias negativas para Hepatite B, HIV, Hepatite C, Sífilis, CMV, EBV.
  • Fator reumatoide negativo, FAN negativo.
  • Culturas para partes moles e hemoculturas negativas para bactérias comuns, fungos e micobactérias.

Figuras

Exame da apresentação inicial – pé direito | 10/05/2021

  • Imagens axiais ponderadas em T1, T2 com saturação de gordura e T1 com saturação de gordura pós contraste.
  • Imagens mostrando áreas de alteração de sinal da medular óssea multifocal, envolvendo o primeiro metatarso, segundo metatarsal, e no cuneiforme lateral, navicular e cabeça do tálus
  • Apresenta marcado baixo sinal em T1 (primeira imagem), edema (segunda imagem) com alto sinal em T2 e realce pelo contraste (terceira imagem). Há também edema e realce de partes moles adjacentes
  • Não tem coleção, sequesto e erosões.

  • Na esquerda: imagens coronais ponderadas em T1 e T1 com saturação de gordura pós contraste.
  • Na direita: imagem em sagital T2 com saturação de gordura.
  • Imagens mostrando áreas de alteração de sinal da medular óssea do primeiro metatarso.
  • Apresenta marcado baixo sinal em T1 (primeira imagem), edema (imagem da direita) com alto sinal em T2 e realce pelo contraste (imagem de baixo). Há também edema e realce de partes moles adjacentes.

Exame de controle do pé direito | 01/12/2022

  • Esquerda: axial T1 puro e Axial T2 com saturação de gordura.
  • Direita: coronal T2 com saturação de gordura e T1 puro.
  • Achados: resolução das áreas de alteração de sinal com discreta alteração residual.

Exame da recidiva contralateral – pé esquerdo | 01/12/2022

  • Na esquerda: sagital T2 com saturação de gordura e T1 puro.
  • Na direita: axial T2 com saturação e coronal T1 puro.
  • Imagens mostrando áreas de alteração de sinal da medular óssea multifocal, envolvendo o primeiro metatarso e o calcâneo.
  • Apresenta marcado baixo sinal em T1, edema com alto sinal em T2. Há também edema de partes moles adjacentes.
  • Não tem coleção, sequesto e erosões.
  • OS ACHADOS SÃO SEMELHANTES AOS DO PRIMEIRO EXAME.

Osteomielite crônica multifocal recorrente

Dra. Lahis Renata da Silva Paiva – PUC Campinas

Colaboradores: Drs. Cintia Maria Borges Leal e Diego Navarro Paiva

Orientador: Dr. Diego Navarro Paiva

  • Uso de antibioticoterapia sem melhora clínica.
  • Debridamento e biópsia da lesão em maio de 2021, com culturas ósseas negativas para bactérias, fungos e micobactérias.
  • Anatomopatológico (28/10/21): amostra do osso e partes moles com processo inflamatório crônico com fibrose e áreas com plasmócitos intratrabeculares ósseos. Negativa para neoplasia.
  • Na evolução, paciente também foi diagnosticada com psoríase vulgar.
  • Diagnóstico final de CRMO com tratamento clínico bem sucedido.
  • Fechado o diagnóstico de CRMO por exclusão, conforme já discutido, sendo feito o tratamento clínico, com boa resposta da paciente até o momento.
  • No seguimento do paciente também foi diagnosticado quadro de psoríase vulgar associado (comum associação com a CRMO).

Take home messages

  • Frente quadros inflamatórios ósseos com evolução atípica, é necessário atenção à possibilidade de CRMO, pois o radiologista habitualmente é um dos primeiros profissionais da equipe multiprofissional a levantar a hipótese.
  • A CRMO é um diagnóstico de exclusão.
  • Sempre pensar em casos multifocais e recorrentes.
  • Levantar a hipótese de CRMO no contexto clínico adequado evita abordagens cirúrgicas desnecessárias e tratamentos incorretos.