Científico

Vias Urinárias

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Dados clínicos

  • Mulher de 40 anos de idade
  • Diagnosticada com um sarcoma pélvico na infância e submetida à cirurgia (há mais de 25 anos – SIC)
  • Queixa: “hematúria há alguns dias”
  • Nega comorbidades

Imagens

Fase nefrográfica

Fase excretora

Imagens-chave

Modelo de relatório

Derivação urinária em alça delgada na fossa ilíaca à esquerda. Houve boa distensão da alça de derivação, porém nota-se falha de enchimento de aspecto polipoide na fase excretora medindo cerca de 2,2 x 1,0 cm. Sugere-se prosseguir investigação.

Até agora…

  • Mulher de 40 anos de idade com um Bricker ileal há mais de 25 anos por conta de um sarcoma pélvico
  • Hematúria há alguns dias
  • Lesão polipoide na alça ileal da derivação urinária

Estudo endoscópico

Adenoma

Adenoma em Bricker ileal

Dr. Daniel L. Cardoso – Radiologista pelo Hospital Sírio-Libanês. Fellow de Radiologia Abdominal no Hospital Sírio-Libanês. Preceptor da Residência Médica do Hospital Sírio-Libanês. | Orientador: Dr. Regis Otaviano França Bezerra

Bricker ileal

  • Procedimento mais utilizado (1950)
  • Técnica com menor complexidade cirúrgica
  • 15-20 cm do íleo (15-20 cm da valvula ileocecal)
  • Morbidade: 18-66%
  • Complicações: precoces x tardias – fístulas, abscessos, obstrução de alça, necrose do conduto / Hérniaparaestomal, estenose (estoma e/ou ureter), litíase.

Lesão em Alça de Derivação Urinária

Malignidades na mucosa intestinal após derivação urinária: 0,18-15% Ureterosigmoidostomia e Cistoplastia – Errado Estudo 1: 81 casos
  • 45 (56%): ampliação vesical
  • 12 (15%): Bricker ileal
Período de latência: 
  • Neoplasia benigna: 22 anos (12-22)
  • Neoplasia maligna: 16 anos (4-30)
Estudo 2: Multicêntrico
  • 2 / 8.637 (0,02%)
  • Ambos adenocarcinomas
Período de latência: 
  • Neoplasia maligna: 11 anos (2-20)

Take-home Messages

  • Conhecimento das técnicas cirúrgicas e da anatomia (pré e pós) é fundamental para identificar possíveis complicações.
  • Pacientes devem ser acompanhados ad eternum, pois as complicações podem surgir mesmo vários anos após a cirurgia.
  • A carcinogênese de pacientes submetidos à derivação urinária ainda não está bem estabelecida.

Referências

  • Thomas DJ, Goble NM, Gillatt DA, Hammonds JC, Smith PJ. Histological and environmental changes in longstanding ileal conduits. Journal of the Royal Society of Medicine. 1990 Sep;83(9):557-8.
  • Austen M, Kälble T. Secondary malignancies in different forms of urinary diversion using isolated gut. The Journal of urology. 2004 Sep 1;172(3):831-8.
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  • Cornell C, Khani F, Osunkoya AO, Matoso A, Miyamoto H, Gordetsky JB, Salaria SN, Giannico GA. Secondary malignancy after urologic reconstruction procedures: a multi-institutional case series. Human pathology. 2022 Jan 1;119:69-78.
  • Collins K, Yocum BP, Idrees MT, Saeed O. Carcinoma arising in ileal conduit or orthotopic ileal neobladder reconstruction: A 20‐year single institute experience. Histopathology. 2024 Jul;85(1):182-9.
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  • Boehm D, Rosenfeld J, Ji E, Lee Z. A review of bowel-based urinary diversions for the colorectal surgeon. InSeminars in Colon and Rectal Surgery 2023 Jun 1 (Vol. 34, No. 2, p. 100960). WB Saunders.