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Progetto Diventerò

Confira a trajetória do Dr. Eduardo Agapito no Progetto Diventerò

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O Progetto Diventerò acompanha jovens de talento para um estágio em Diagnóstico por Imagem de seis semanas na Itália. A iniciativa resultante da parceria entre a SPR e a Fundação Bracco.

Na edição 2023/2024, um dos contemplados foi o Dr. Eduardo de Jesus Agapito Valadares, que viajou a Gênova para cumprir esse diferenciado fellowship. Veja como foi!

 

Em que serviço/cidade você ficou?

Serviço de Neurorradiologia Pediátrica do Ospedale Giannina Gaslini, em Gênova.

 

Quem era o médico responsável pela equipe em que atuou?

Professor Dr. Andrea Rossi.

 

Como era a equipe e a rotina de trabalho?

A equipe era formada por quatro neurorradiologistas pediátricos (Mariasavina Severino, Domenico Tortora, Antonia Ramaglia e Martina Resaz), além dos tecnólogos em radiologia, enfermeiros, médicos anestesiologistas e neonatologistas. A equipe contava também com residentes de neurorradiologia do segundo e terceiro ano de especialização, duas pesquisadoras na área de neuroimagem, alunos de mestrado e doutorado.

O serviço dispunha de exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Os neurorradiologistas eram divididos em períodos de 6 horas em quatro atividades (RM1, RM2, TC e consultoria externa).

A rotina de trabalho envolvia ainda reuniões clínicas multidisciplinares, como as de AVC pediátrico, neuro-oncologia, epilepsia e doenças raras.

 

O que o admirou no trabalho lá desenvolvido?

O que mais admirei no trabalho do Ospedale Giannina Gaslini foi a excelência do serviço. Os neurorradiologistas apresentavam um elevado nível de competência na área de atuação.

Além disso, eles participavam ativamente durante a realização dos exames, não só na elaboração dos laudos. Cada exame era acompanhado pelo neurorradiologista, e eram feitas mudanças no protocolo do estudo de forma a obter a melhor imagem possível para aquele caso específico. Quando não dispunham de informações específicas em um caso, entravam em contato com o solicitante e obtinham as informações diretamente. Todos os assistentes tinham conhecimento de como operar as máquinas de tomografia e ressonância magnética diretamente. O serviço dispunha de técnicas de processamento e pós-processamento que não havia visto nem mesmo em serviços particulares do Brasil.

O serviço também tem muita atuação em pesquisa. As reuniões multidisciplinares são regulares e os neurorradiologistas têm participação central nelas. O acervo de casos que eles possuem também é impressionante; eu poderia ficar meses só vendo os exames na biblioteca de casos deles.

 

Quais diferenças identificou na Radiologia praticada no Brasil e na Itália?

A principal diferença se encontra no papel dos radiologistas nos serviços. Os médicos radiologistas na Itália possuem um papel central no exercício da medicina. Os médicos de outras áreas entram em contato diversas vezes com os neurorradiologistas em busca de informações que possam ajudar no diagnóstico e no tratamento dos pacientes.

Além disso, são peça central durante a realização dos exames, pois têm liberdade de ajustar os protocolos de forma a otimizar o estudo para ter um maior detalhamento e precisão no diagnóstico. O foco, então, não é apenas na confecção do laudo.

 

O que destaca como principais aprendizados, tanto cientificamente quanto de vivência, rotina?

O principal aprendizado foi a recordação de que não podemos nos colocar apenas atrás da tela do computador como médicos radiologistas. O trabalho de excelência em nossa área ocorre quando ampliamos nossa atuação nos serviços, através de reuniões multidisciplinares, pesquisa científica e contato direto com os médicos assistentes em nossos serviços.

O contato com o ambiente de trabalho em outro país, com outra cultura e realidade de trabalho, permite também que possamos ver o que temos de positivo e de negativo em nossa realidade no Brasil. Acho que é algo único, essa possibilidade de contrapor dois serviços de culturas que, embora semelhantes em alguns aspectos, sejam tão distintas.

O contato também com o ambiente fora do trabalho na Itália permitiu que eu pudesse conhecer como vive esse povo tão rico culturalmente, cheio de arte, com uma gastronomia impecável e uma arquitetura tão rica e diversa.

 

Que valor dá para tal experiência?

Para mim, a experiência do Progetto Diventerò foi algo único. Se pudesse, participaria muitas outras vezes do projeto. Embora tenham sido seis semanas, a experiência causou muitas mudanças em mim. Eu consegui aprender muito e melhorar profissionalmente. Volto como uma pessoa e um médico radiologista melhor do que antes do projeto.

Além da possibilidade de conhecer o serviço, a troca de conhecimento e experiências com os médicos na Itália foi muito enriquecedora. É na interação com pessoas diferentes que conseguimos aprender muitas coisas que não iríamos aprender sozinhos. Tive a possibilidade de viver a rotina da neurorradiologia em outras línguas (inglês e italiano), algo muito enriquecedor.

Convivi com meus colegas de projeto, que agora são meus amigos, bem como com os residentes do serviço em Gênova que espero em breve trazer ao Brasil para mostrar a eles o que nosso país tem de melhor. Agradeço muito à Fundação Bracco e à Sociedade Paulista de Radiologia por uma oportunidade única em minha vida.

 

Aos colegas que pensam em se inscrever no Diventerò, quais seus conselhos?

Não há a menor dúvida de que vocês devem se inscrever no projeto. Não tenham nenhum medo ou insegurança. Vale muito a pena. Seja qual for a posição em que se encontrem profissionalmente, os ganhos que você terá com essa experiência valem muito a pena.