JPR 2023
Dr. Hari Trivedi

IA e radiologistas: trabalho conjunto para o aprimoramento do diagnóstico

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Fotos: Paula Viecelli

Veja as fotos da JPR 2023:

 

O 2º Encontro Latino-Americano de IA em Saúde reuniu um experiente time de profissionais para falar do tema que traz valiosa contribuição à área de radiologia. Um ponto central das discussões foi a estrutura do trabalho dos radiologistas no sentido de alimentar e interpretar dados e imagens advindos da IA.

Dr. Hari Trivedi, da Universidade de Atlanta (EUA), explicou aplicabilidade disso na construção de diagnóstico e demanda de tratamento a pacientes. “Normalizar vieses é importante para que eles se propaguem nos modelos futuros. Dados raciais, de histórico social familiar e de medicamentos, podem definir tratamentos e condutas mais igualitárias”, disse.

Representante da Sociedade Chilena de Radiologia, Dr. Héctor Henríquez mostrou técnicas de explicabilidade em inteligência artificial. Ele demonstrou um experimento em que destaca que é preciso ter cuidado com os dados usados para treinar esses modelos porque eles podem aparentar serem bons, mas na prática não funcionarem tão bem.

“O uso desses modelos de linguagem, como o ChatGPT, mostra capacidades que não víamos em outros algoritmos antes”, analisa o Dr. Felipe Campos Kitamura, um dos coordenadores do encontro de IA na JPR. “Mas não são só as capacidades desses modelos que nos impressionam, mas as limitações que nós, como profissionais da saúde, devemos ter ao utilizar essas informações na prática. É preciso usufruir dos dados com os pés no chão e ceticismo.”

Dr. Felipe Kitamura


Também coordenador do programa de IA, Dr. Felipe Barjud ressalta a importância da educação. Para ele, há interação diferente com o tema entre os profissionais mais jovens e os antigos. “Os mais velhos olham com desconfiança porque não estão acostumados a trabalhar com isso, e os novos tendem a confiar demais. Assim, umas das necessidades é educar.” Ele diz que a IA pode ter grande aplicação clínica, facilitar processos e até ter achados clínicos, mas destaca que “é preciso interpretar se essas respostas estão adequadas e compatíveis para evitar erros”.

O congressista venezuelano, Manoel Fernandez, destacou o valor das apresentações e falou que uma das contribuições mais importantes foi conhecer as várias formas de integração entre os profissionais de radiologia e a inteligência artificial no dia a dia: “Importante terem destacado a humildade que os profissionais precisam ter para aprender sempre”.

O cardiologista Fabio Lario, também congressista e que trabalha em informática clínica, disse que “foi muito bom conhecer a evolução dessas linguagens na prática e ver como é importante a responsabilidade com essas informações e exposição de dados”.

Já a Dra. Rosa Maria Salazar, presidente da Federação Mexicana de Radiologia, comentou o prazer em estar presente na JPR e aproveitou para felicitar os colegas da sua comitiva e os organizadores do evento pelas palestras de alto nível de conhecimento.