JPR 2025
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“A JPR tem programação científica excepcional”

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55ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2025) será realizada de 1º a 4 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Este ano, a SPR conta com a SAR (Sociedade Argentina de Radiologia) e a FAARDIT (Federação Argentina de Radiologia) em sua organização, e o evento terá como tema “Brasil e Argentina – Celebrando a amizade e a tradição na Radiologia”.

Confira a programação do maior congresso de Diagnóstico por Imagem da América Latina e garanta sua vaga! Membros ativos da SPR não pagam a inscrição e contam com outros benefícios – afilie-se ou renove sua anuidade até 20 de abril para garantir a isenção da taxa no evento!

Dentre os mais de 70 professores estrangeiros confirmados, está o Dr. Sergio Moguillansky*, da Argentina, que vai moderar sessão e conduzir aulas no módulo de Neurorradiologia, no novo curso da ISMRM e no módulo de Radiologia Geral e Correlação de Imagem.

Confira sua entrevista!

 

Qual a importância das colaborações internacionais entre sociedades de radiologia como a SPR e a FAARDIT, que atualmente estão organizando sua participação no JPR?

A FAARDIT e a SPR têm uma longa tradição e amizade, o que resultou em um relacionamento muito frutífero. Para estudantes mais jovens, colaborações internacionais podem ser especialmente vantajosas, pois permitem projetos compartilhados e bolsas para cursos e conferências, oferecendo uma situação vantajosa em termos de ideias, conhecimento e networking.

No século atual, é mais fácil do que nunca se comunicar e compartilhar conhecimento com qualquer pessoa no mundo. Portanto, além das relações entre nossas sociedades — com uma presença significativa de membros de ambos os países —, podemos esperar um fortalecimento dos laços de comunicação “não presencial”, aproveitando o fato de que os avanços tecnológicos estão se espalhando rapidamente para todos os cantos do globo. É responsabilidade imediata futura de nossas sociedades usá-los para promover o conhecimento médico, a prática clínica e, portanto, a saúde nos níveis regional e global.

 

Quais são suas expectativas para a JPR 2025?

A Jornada é um evento de alto nível e prestígio na América Latina, que se destaca pela excelente organização, programação científica excepcional e palestrantes de alta qualidade e renomados em todas as áreas do conhecimento radiológico. Isso gera uma grande participação que os torna um dos congressos mais importantes do mundo. Nesta ocasião, o encontro conjunto entre Brasil e Argentina é outro ingrediente que, sem dúvida, agregará muito mais interesse à região. Sem dúvida será um grande sucesso.

 

O que os participantes podem esperar de suas conferências?

Uma característica da imagem em geral e da Neurorradiologia em particular é o progresso e as inovações contínuas, que ocorrem em um ritmo alucinante. Deste ponto de vista, espero que seu valor possa aumentar em um futuro próximo. Eles poderiam ajudar a resolver problemas médicos complexos com mais facilidade.

 

Que conselho você daria aos jovens profissionais interessados ​​em neurorradiologia hoje?

Antes de tudo, como em qualquer outra especialidade, qualquer pessoa que esteja prestes a iniciar, fazer a transição ou concluir seu treinamento deve entender que seu objetivo futuro é assumir um papel de consultoria para seus colegas. Nesse sentido, você deve adquirir uma variedade de conhecimentos e habilidades e abordar questões éticas, culturais e de crenças de maneira profissional.

Aconselho que se esforce para adquirir um conhecimento profundo de anatomia (e embriologia), fisiopatologia e imagem.

Eles devem ter uma forte disposição para se comunicar com colegas, seus pacientes ou as famílias de seus pacientes, se necessário, se quiserem ser bons “neurorradiologistas clínicos”.

O candidato deve estar ciente de que esta é uma subespecialidade que utiliza tecnologia altamente sofisticada e muitas vezes o predispõe a se isolar e se tornar alheio ao que acontece fora das salas de laudos. Este último ponto é importante para quem escolhe a neurorradiologia, e deve entender que esta é uma das áreas mais problemáticas e na qual as diferentes sociedades de hoje devem fazer um grande esforço para mudar.

Podemos chamar isso de “visibilidade”. Não é surpresa que haja uma tendência a desvalorizar o significado de “examinar e ouvir” em todo o campo da Radiologia. No entanto, como especialistas em imagem, os jovens profissionais que escolheram esse caminho devem se esforçar para manter e até mesmo fortalecer sua perspectiva como médicos — isto é, profissionais dedicados que não veem apenas imagens em uma estação de trabalho, mas, fundamentalmente, os “pacientes” de quem essas imagens foram obtidas e a quem eles têm a capacidade de “ouvir”.
As imagens não nos dizem tudo; pelo contrário, eles ignoram muitas coisas sobre o paciente.

Sempre recomendei aos residentes que lessem um artigo que o Dr. Richard Gunderman publicou na Radiology há pouco mais de uma década, mas que ainda é altamente relevante: “A história por trás da imagem”**. Ele comenta naquele artigo que “para buscar a excelência em radiologia, é necessário levar em conta a excelência dos radiologistas, e isso significa entender a excelência dos seres humanos e seus hábitos, como curiosidade, honestidade, coragem e compaixão”. “Excelência técnica simplesmente não é suficiente. Um grande especialista em imagem é mais do que apenas um ‘bom olho’ ou uma vasta riqueza de conhecimento; é também um grande médico e um grande ser humano com caráter, percepção e imaginação.”

O Dr. Gunderman fala sobre olhar além dos aspectos superficiais de uma imagem para ver o quadro completo. Mas a essência deste artigo e de sua palestra está nas histórias que ele conta. Se você quer ser um grande neurorradiologista, precisa ler!

Ouvir o paciente é essencial. Ao fazer isso, estamos demonstrando respeito pelo outro e dando a maior importância à sua doença e preocupação. E às vezes obtemos informações muito valiosas e decisivas sobre o problema deles.

Então, o meu conselho é ser visível! Isso os tornará melhores neurorradiologistas e toda a radiologia será melhor.

Lembre-se de que suas opiniões e recomendações serão refletidas em um relatório que deve ser claro e preciso. Se for confuso, gerará frustração e falta de confiança em você. Não use linguagem sofisticada e não distraia o médico assistente com explicações desnecessárias.
Portanto, à medida que você avança em seu treinamento e depois de obter seu certificado, você deve evitar se contentar com imagens descritivas quando elas estiverem em dúvida, especialmente nas últimas horas de trabalho, quando você estiver cansado. Nesses casos, sempre recomendo fazer um esforço e gastar meia hora extra pesquisando a bibliografia. Se ainda assim não conseguir resolver, você terá que perguntar à equipe mais experiente. É importante lembrar que o progresso do paciente geralmente depende do nosso relatório. Ainda haverá erros, mas eles terão feito todo o possível para evitá-los.

É muito importante ouvir seus mentores, que lhe aconselharão desinteressadamente, e também os tecnólogos que são seus colaboradores imediatos. Adicione a tudo isso paixão, um dos ingredientes fundamentais do sucesso.

Se você acha que consegue assimilar esses critérios preliminares, anime-se, pois a neurorradiologia é uma subespecialidade dinâmica, estimulante e em evolução que, sem dúvida, lhe trará muita satisfação. Aprenda e ensine, pois assim você deixará sua marca nesta magnífica disciplina.

*Professor de Radiologia na Universidad Nacional del Comahue. Membro correspondente da Academia Nacional de Medicina. Ex-Presidente da FAARDIT. Diretor Médico da Medicina XXI Neuquén.

**Gunderman RB. A história por trás da imagem. Radiologia. 2013; 268(2):312-4. doi: 10.1148/radiol.13130278