JPR 2025

Carreira acadêmica e oportunidades nos EUA são destaques

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Por Vanessa Sulina

Fotos ASA 400 Studio

 

A JPR 2025 apresentou em seu primeiro dia de congresso, realizado nesta quinta-feira (1º), o curso de Educação e Introdução à Pesquisa. A sessão foi composta por profissionais renomados do setor acadêmico de diferentes países, com conteúdos voltados aos interessados no aprofundamento do tema.

Na abertura do programa, o professor e chefe de Neurorradiologia da Escola de Medicina McGovern Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em Houston, nos Estados Unidos, Dr. Roy Riascos, falou sobre as oportunidades de estudos para médicos estrangeiros, além de explicar as peculiaridades e o impacto da na carreira do profissional dos três principais tipos de visto para quem deseja imigrar.

Dr. Roy Riascos

De acordo com Dr. Riascos, há cada vez mais médicos estrangeiros se juntando à força de trabalho americana. “Temos cada vez mais vagas de residência preenchidas por médicos graduados internacionais. Isso porque não estamos treinando profissionais suficientes para preencher essas vagas nos Estados Unidos. Há um grande buraco”, explicou.

Para se ter ideia da dimensão, a medicina é a escolha de um em cada oito estudantes nos EUA. “Por outro lado, atualmente, não se preenchem todas as  vagas disponíveis das bolsas de estudos disponíveis (as fellowships). É uma espécie de curva oposta. E precisamos de médicos, precisamos de uma solução e, geralmente, vem dos estrangeiros graduados”, destacou o palestrante.

Segundo ele, uma das vantagens de estudar radiologia, nos EUA, é a possibilidade de comprovar a formação em seu país de origem e já seguir por tal via; em outras especialidades, há necessidade de reiniciar os treinamentos.

Quando se trata de carreira acadêmica, Riascos destacou que não é o forte do médico norte-americano, até por uma questão de alto investimento financeiro. “Realidade distinta do aluno estrangeiro, que costuma ir à academia, pois aprendeu precocemente e se apaixonou. No ambiente da saúde, conseguir publicar é difícil porque não há ambiente propício ao crescimento da pesquisa. Hoje, 80% dos radiologistas, nos EUA, estão na área prática, isso é uma consequência natural”, finalizou o professor.

 

Receita de residência de sucesso

Dr. Sergio Lucino

Há modelo de sucesso da residência em radiologia? Esse foi o tema do  professor titular de Diagnóstico por Imagens da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, Dr. Sergio Lucino: “Há que ter empenho da alta administração em gerar os recursos econômicos para estrutura e para os professores”, disse.

Além disso, o palestrante chamou atenção para a necessidade de adaptação do conteúdo devido às mudanças geracionais. “Não podemos oferecer o mesmo conteúdo que, por exemplo, eu recebi [professor é da geração baby bloomer, nascidos entre 1.946 a 1.964]. Sou muito feliz, mas precisamos modernizar. Nossos estudantes atuais são da geração Z, com características muito diferentes”.

 

RadioGraphics: caminhos para a publicação científica

O coordenador do curso e editor internacional assistente da revista científica Radiographics, Dr. Luiz Celso Hygino da Cruz Jr., apresentou uma aula sobre os processos e compromissos para a publicação de artigos na revista americana. Em sua apresentação, o palestrante explicou o passo a passo até a publicação e comentou sobre a importância de participar de uma publicação de tamanha importância.

O Brasil lidera com sobra o número de trabalhos apresentados entre os países estrangeiros. Porém, a maioria dos que são convidados a serem submetidos à revista ainda são americanos. Ele comentou que esse cenário vem mudando nos últimos anos, com o aumento de publicações de brasileiros.

Dr. Hygino fez um chamamento para a importância da publicação. “Se vocês me perguntarem qual trabalho eu fiz em 2023, talvez, eu não lembre. Mas se você perguntar qual artigo eu publiquei em 1998, eu lembro. Você eterniza o trabalho de uma forma mais categórica”, finalizou.

Dr. Celso Hygino

O diretor da RSNA (Sociedade Radiológica da América do Norte) para Assuntos Internacionais, Dr. Jorge Soto, encerrou a manhã de aulas abordando os caminhos possíveis para ser promovido na radiologia acadêmica. Neste percurso, há diferentes oportunidades; porém, o tempo de dedicação não será curto: “É um compromisso sustentado, não é um trabalho de poucos anos”.

 

 

Confira a impressão dos participantes sobre o módulo:

Veja também o depoimentos dos palestrantes: