Por Vanessa Sulina
Fotos ASA 400 Studio
Pela primeira vez, a JPR realizou o Curso da ISMRM – International Society for Magnetic Resonance in Medicine. O encontro abrangeu uma ampla gama de tópicos técnicos e clínicos em ressonância magnética (RM), desde fundamentos básicos até aplicações avançadas. Três palestrantes experientes foram convidados a participar da JPR e ministrar as sessões educacionais. Todos com vasta experiência no ensino para clínicos, cientistas e tecnólogos.
Uma das coordenadoras do curso e vice-chefe do LIM44 (Laboratório de Ressonância Magnética em Neurorradiologia do HCFMUSP), Maria Concepción Garcia Otaduy, explicou que o curso foi uma ótima oportunidade para o tema ganhar mas força no Brasil.
“A ISMRM é uma sociedade global muito importante, porém, pouco conhecida no Brasil. O interessante é que eles juntam a parte clínica com a técnica, os físicos, cientistas e engenheiros. Queremos que tome força, pois somos grandes consumidores de ressonância magnética. Estou animada que, a partir daqui, a gente ganhe mais massa crítica”.
Um dos nomes renomados na condução do curso foi o físico especializado em ressonância e professor de radiologia na Mayo Clinic em Jacksonville, nos Estados Unidos, o Dr. Houchun Harry Hu, responsável por três aulas.
Na abertura, ele deu um panorama geral dos fundamentos da física de ressonância magnética. A segunda aula versou sobre biomarcadores quantitativos de imagem derivados de ressonância magnética, considerações técnicas e seu uso em ensaios clínicos. Para fechar, o especialista trouxe um olhar mais aprofundado sobre um biomarcador quantitativo de imagem específico, com foco na ressonância magnética de água-gordura, resumindo como ele pode ser usado em avaliações de adiposidade corporal, quantificação de gordura em órgãos e estudos sobre obesidade e metabolismo.
Hardware e imagem quantitativa foram tópicos das aulas do professor de física e ressonância na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Dr. Martin J. Grave. Ele tratou também sobre os princípios de diversas técnicas utilizadas para a aquisição de Angiogramas por Ressonância Magnética (ARM), incluindo métodos sem contraste e com contraste.
Os presentes também tiveram oportunidade de aprender um pouco mais com Dr. Ian Mark, o chefe de RM em neurorradiologia na Mayo Clinic, nos EUA. Primeiramente, ele fez uma revisão focada em artefatos voltada aos radiologistas em atividade e tratou sobre aplicações clínicas e atualização em neuroimagem. Em uma de suas palestras, ele discutiu sobre imagem hipofisária de última geração e destacou novas técnicas.
Em entrevista ao site da SPR, Dr. Mark aproveitou para elogiar a JPR e afirmou que ficou “impressionado com a organização e o engajamento do público”. Segundo o palestrante, o nível do trabalho em ressonância magnética no Brasil é muito alto. “Tive oportunidade de fazer conexões com pessoas que quero colaborar e trocar informações sobre protocolos”, finalizou.
O encontro contou também com a presença do professor de radiologia da Universidad Nacional del Comahue, na Argentina, o Dr. Sergio Moguillansky, que conduziu aulas no módulo de Neurorradiologia.
Oportunidade de abrir as portas
O Dr. Harry Hu agradeceu o convite em participar desta edição da JPR. “O mais importante é que o conteúdo que fornecemos tenha sido útil. E espero que abra oportunidade para outros membros e palestrantes da ISMRM também virem e contribuírem”, comentou. Já Dr. Grave complementou que essa foi a sua primeira vez no Brasil e gostaria de retornar: “A experiência foi fantástica em ministrar essas aulas e conhecer os colegas brasileiros”, disse.
Confira o depoimento do coordenador do curso Edson Amaro Jr. e as impressões dos congressistas sobre o curso:
