JPR 2025

JPR aborda radiologia post-mortem pela 1ª vez

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email

Por Karoline Teixeira

Fotos ASA 400 Studio

 

Quando falamos em uso de Post-Mortem de imagens, imediatamente pensamos em avaliação de casos forense. Com o tempo, porém, seu uso foi se ampliando para diversas outras aplicações, como o de apoiar o diagnóstico e a definição de óbitos por causas naturais, sendo um excelente recurso para guiar procedimentos de autópsia minimamente invasiva. 

Pensando neste campo da radiologia, que ganha cada vez mais espaço como uma ferramenta essencial para compreender e definir causas de morte, o Curso Post-Mortem, inédito na JPR, foi realizado na manhã do dia 1º de maio.

Coordenado e moderado pelo Dr. Luiz Fernando Ferraz da Silva, o encontro contou com palestras dos professores Ellison Fernando Cardoso (também moderador), John Robert Pires Davidson e Ellison Fernando Cardoso, além de cinco palestrantes internacionais, Silke Grabherr (Suíça), Virginie Magnin (Suíça), Florian Fischer (Alemanha), Krzysztof Jerzy Woźniak (Polonia) e Gina Maria Bruch (Alemanha).

Prof. John iniciou o curso falando sobre a tomografia computadorizada Post-Mortem, passando pelas diferenças de avaliação em relação à TC in vivo. De acordo com ele, a radiologia forense é uma especialidade essencial em expansão, e a TC e a RM Post-Mortem são ferramentas importantes para complementar as necropsias abertas, podendo reduzir erros diagnósticos. 

Na mesma linha, Prof. Ellison explicou os potenciais do post-mortem para o avanço em neurorradiologia. No fim de sua apresentação, trouxe alguns balanços sobre o tema – dentre eles, a melhora da acurácia da causa mortis a partir da neuroimagem na sala de autópsia. 

 

AngioCT Post-Mortem: técnica que está ganhando espaço na radiologia forense

Na terceira aula, os participantes puderam assistir à palestra da pioneira e desenvolvedora da técnica de angiotomografia post-mortem, Profa. Silke Grabher, que apresentou o estado da arte do uso desta ferramenta. Passou pelos métodos clássicos para falar quais são os problemas enfrentados e mostrou as diferentes abordagens dos métodos modernos.

Para a Dra. Ludmila Santiago, que atua no Instituto Médico e Legal de São Paulo e recentemente na radiologia forense, é muito importante ter este curso na Jornada Paulista de Radiologia: “Que bom que a jornada abriu este espaço, aprender com os palestrantes foi fantástico. Adorei conhecer a Dra. Silke, que é a pessoa pioneira nessa metodologia de avaliação. O tema veio pra ficar; atualmente, a gente já faz isso no Instituto Médico Legal, porém, somente com tomografia simples, sem uso do contraste. Ou seja, trocar experiências com os professores deste curso foi enriquecedor”. 

Dentro da temática angioCT, a Profa. Virginie Magnin falou sobre a interpretação radiológica da angioCT Post-Mortem; em seguida, a Profa. Florian Fischer explicou qual a dinâmica, o fluxo e as possibilidades de reconstrução, enquanto o Prof. Krzysztof Jerzy Woźniak ministrou a aula “Angio-CT Direcionada: Avaliação de Óbitos não Relacionados a Erros Médicos”. E, para finalizar, a Profa. Gina Maria Bruch abordou sobre CT e AngioCT Post-Mortem em casos pediátricos. 

Os professores ressaltaram que a angiografia pós-morte não é a mesma quando realizada em vida; por isso, a importância dessas aulas, para que o profissional saiba fazer e avaliar da forma correta e precisa. 

Participante do curso, Dra. Simone Maluf Barella, coordenadora da radiologia intervencionista da HAPVida Intermédica, disse ter ficado surpresa ao saber que no Brasil já era realizada a angioCT post-mortem: “Achei muito interessante essa parte da palestra. A gente não tem muito contato com a tomografia pós-morte, e essa técnica está aumentando a cada dia. Infelizmente existem casos de erros médicos, de mortes em hospital que a gente não sabe a causa, então ter um curso voltado para esse conhecimento e aprendizado em uma jornada tão grande quanto a JPR é fantástico”. 

Confira o depoimento de um dos participantes e do coordenador do curso, Dr. Luiz Fernando: