Científico

Abdome

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email

História clínica

  • Identificação: Feminina, 25 anos, natural de São Paulo, SP.
  • HMA: Dor e distensão em abdome inferior, notadamente à esquerda nos últimos meses. Nega outras queixas.
  • Antecedentes: Previamente hígida.
  • Exames laboratoriais: NDN.

Figuras

Ressonância magnética do abdome

Anatomopatológico

Material referido como anexo esquerdo pesando 2.360 g.

  • Identificada tuba uterina medindo 10,5 cm de comprimento e 1,0 cm de diâmetro recoberto por serosa lisa e pardacenta; aos cortes a luz é virtual. Em apenso à tuba, observa-se lesão de aparência cística medindo 20,0x 17,0 x 8,0 cm. A superfície externa é lisa, brilhante e pardacenta, com solução de continuidade medindo 4,0 x 2,5 cm.
  • Há saída de tufos pilosos e material amarelado de consistência amolecida.
  • A cavidade é uniloculada e a superfície interna é lisa, com vascularização evidente, sem projeções papilares. Aos cortes a espessura máxima da parede é de 0,6 cm e a mínima é de 0,2 cm. Presença de três áreas com tufos pilosos, material de aspecto sebáceo e área endurecida de aspecto cartilaginoso.
  • Fragmentos representativos: A1-A2=Tuba uterina VF/2C A3-A9=Fragmentos lesão cística 7F/7C

Diagnóstico

  • Cistoadenoma mucinoso do ovário associado a teratoma maduro.
  • Tuba uterina sem alterações.
  • Lavado peritoneal negativo para malignidades.

Tumor de colisão ovariano

Luis Felipe de Magalhães Andrade – R2 Radiologia e Diagnóstico por Imagem – EPM/UNIFESP

Abrahão Elias Neto – Fellow em Radiologia Abdominal – EPM/UNIFESP

Ana Paula Fraga C. Gonzaga – Fellow em Radiologia Abdominal – EPM/UNIFESP

Orientador: Giuseppe D’Ippolito

  • Coexistência de dois tumores adjacentes, mas histologicamente distintos.
  • Composição mais frequente à Teratoma ovariano + Cistadenoma ovariano.
  • Mecanismo de desenvolvimento (teorias):
1 – Primeiro tumor provoca alterações teciduais, tornando-o propício para tumor metastático ou novo primário 2 – Ocorrência casual 3 – Origem comum de célula tronco: o tumor mucinoso se desenvolveria a partir de teratoma cístico maduro pré-existente.
  • O diagnóstico é dado, frequentemente, no pós-operatório.
  • Achados radiológicos: volumosa massa ovariana (5,5 a 20 cm) com:
  • Componente cístico não gorduroso:
  • ↓ T1 ; ↑ T2
  • Componente sólido na massa ovariana:
  • ↓ em sequências com supressão de gordura / Tomografia exibe densidades variadas com calcificações.
  • Achado não pode ser explicado apenas por um teratoma à Considerar a possibilidade de um tumor de colisão.
  • Diagnóstico diferencial difícil com tumores mistos: tumores de células germinativas mistos ou carcinoma misto
  • História clínica, marcadores tumorais, múltiplos exames de imagem

Voltando ao caso…

  • Paciente apresentando volumosa lesão anexial esquerda: componente sólido gorduroso e aspecto de “floating balls”, além de componente cístico volumoso unilocular -> Ooforectomia esquerda- > Tumor de colisão