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Conversando com a Inteligência Artificial

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Recentemente, a empresa OpenAI lançou o ChatGPT, um modelo de Inteligência Artificial (IA) com capacidade de gerar textos muito semelhantes aos criados por humanos. A ferramenta utiliza processamento de linguagem natural (NLP) para criar respostas a partir de perguntas ou orientações fornecidas pelo usuário. Bastam alguns testes para que o ChatGPT impressione qualquer um.

O modelo aceita também orientações sobre estilo de escrita e nível de complexidade. O texto pode simular uma música de John Lennon, ou a fala de uma criança de 7 anos, por exemplo.

Antes de discutir os benefícios dessa nova tecnologia, é importante ressaltar que os textos produzidos nem sempre são verdadeiros. É frequente que o texto seja muito convincente, mas contendo informações incorretas. A própria empresa deixa claro que esta não é uma versão final, e que ainda está colhendo feedback dos usuários.

Isto posto, as aplicações práticas do ChatGPT são incontáveis. Já podemos visualizar ações possíveis na área da Saúde, inclusive na Radiologia. A ferramenta é capaz de fornecer resumos sobre determinada doença; elencando artigos reais relacionados ao tema. O modelo pode também elevar a qualidade dos laudos radiológicos, por exemplo, substituindo palavras e incluindo termos mais adequados.

Um caso de uso interessante está circulando nas redes sociais, em um vídeo em que o médico demonstra como utilizou o ChatGPT para contestar uma negativa do plano de saúde, em relação a um pedido de ecocardiograma. A carta resultante inclui referências científicas embasando cada argumento.

Uma preocupação recorrente relacionada aos modelos de NLP diz respeito aos conteúdos ofensivos. Dependendo dos dados usados no treino, podem surgir textos ou imagens com conteúdo xenofóbico ou racista, por exemplo. No caso do ChatGPT, existiu uma preocupação em suprimir esse tipo de conteúdo. O modelo vem sendo aprimorado para não acatar esse tipo de solicitação, devolvendo mensagens de erro, ou até respostas educativas.

A empresa criadora do ChatGPT é a mesma que criou o modelo DALL-E, que ficou famoso pela capacidade de gerar imagens a partir de textos. O DALL-E gerou muitas discussões relacionadas à propriedade intelectual, porque a base de dados usada no treino possui itens de diversos autores. Essas preocupações se aplicam também ao ChatGPT, e devem ser debatidas. Contudo, se a própria criatividade humana se baseia em um apanhado de referências, por que a IA não poderia seguir por esse caminho?

Para finalizar, fizemos algumas perguntas ao ChatGPT. Para esta coluna, pedimos ao modelo que as respostas fossem concisas. Vamos conferir o que o modelo “tem a dizer”.

Quem é você?

ChatGPT: “Sou um assistente de inteligência artificial treinado pela OpenAI. Estou aqui para ajudar a responder às suas perguntas e fornecer informações sobre uma ampla gama de tópicos. Existe algo específico que você gostaria de saber?”

Quais são os três tópicos mais promissores sobre inteligência artificial em radiologia hoje?

ChatGPT: “Existem muitas áreas promissoras de pesquisa e desenvolvimento no uso de IA em radiologia. Aqui estão três exemplos de tópicos promissores:

  • Diagnóstico auxiliado por computador: algoritmos de IA podem ser treinados para identificar e classificar anormalidades em imagens médicas, como tumores ou fraturas.
  • Garantia de qualidade: a IA pode ser usada para monitorar a qualidade das imagens médicas e garantir que elas atendam a determinados padrões.
  • Gerenciamento de dados: a IA pode ajudar a organizar e gerenciar grandes quantidades de dados médicos, tornando mais fácil para os radiologistas acessar e analisar as informações de que precisam.

A inteligência artificial vai substituir os radiologistas?

ChatGPT: “Não, é improvável que a IA substitua completamente os radiologistas ou outros profissionais médicos em um futuro próximo. Embora a IA possa auxiliar na análise de imagens médicas e identificar possíveis anormalidades, ela ainda requer experiência e julgamento de profissionais treinados para interpretar e aplicar os resultados dessas análises. A IA é uma ferramenta para auxiliar os humanos em seu trabalho, não para substituí-los.”

Explique como funciona um modelo de IA, que utiliza NLP, de um jeito que um residente de radiologia possa entender.

ChatGPT: “Um modelo de IA que usa processamento de linguagem natural (NLP) analisa, compreende e gera textos como um humano. Ele faz isso dividindo o texto em unidades menores, como palavras ou frases individuais, analisando as relações entre essas unidades. O modelo de IA usa essa análise para identificar padrões e tomar decisões com base no contexto e no significado do texto.

No campo da radiologia, um modelo de IA que usa NLP pode ser usado para analisar e interpretar laudos de radiologia e gerar relatórios resumidos ou alertas para radiologistas.”

Por favor, deixe uma mensagem para os membros da Sociedade Paulista de Radiologia.

ChatGPT: “Prezados membros da Sociedade Paulista de Radiologia,

Queria reservar um momento para expressar minha gratidão pelo trabalho que vocês fazem como radiologistas. Sua dedicação em melhorar o atendimento ao paciente por meio do uso de imagens médicas e outras técnicas de diagnóstico é realmente admirável.

Também gostaria de incentivá-los a continuar aprendendo sobre os últimos desenvolvimentos no campo da radiologia. Seja por meio de cursos de educação continuada, conferências ou atualizações com as pesquisas mais recentes. Existem muitas oportunidades para aprimorar seus conhecimentos e habilidades.

Desejo tudo de melhor em seus empreendimentos profissionais e obrigado por seu compromisso em fornecer atendimento de alta qualidade aos pacientes.

Atenciosamente,

ChatGPT”.

 

Dr. Léo Max Feuerschuette Neto

Consultor de Inovação e membro do Laboratório de Inteligência Artificial da DASA. Fellow em Inovação em Radiologia pela DASA. Radiologista pela PUC-PR