JPR 2023
Dr. Adrian Brady, presidente da Sociedade Europeia de Radiologia

Autoridades internacionais debatem desafios globais da radiologia

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Foto: Leo Eloy

Veja as fotos da JPR 2023:

 

Em mais um dia de intensa programação, a JPR 2023 recebeu líderes de organizações internacionais, que debateram temas atuais e relevantes na prática radiológica. 

Dr. Adrian Brady, presidente da Sociedade Europeia de Radiologia, apontou a necessidade de estabelecer uma radiologia de valor: “Não é sobre os exames melhores e mais caros, mas utilizar os recursos que temos com eficiência”.

A radiologia de valor é urgente, com uso de inovações e otimização dos recursos disponíveis, já que, ainda conforme o presidente da ESR, a quantidade de exames de imagem aumentou mundialmente, mas o número de profissionais não acompanhou o crescimento, gerando uma equação desigual. 

Brady ainda apontou pontos importantes para compor os laudos radiológicos, como responder à pergunta feita pelo médico solicitante; evitar exageros de texto, sintetizando o laudo; revisar o texto, evitando erros de digitação e gramática, além de evitar ambiguidades e siglas, essa última pode ter significados diferentes. “Os laudos devem ser o mais breve e claros possíveis e mencionar aquilo que é importante”, explicou. 

À esq., Dr. Henrique Simão Trad assiste à aula do Dr. Marcelo Gálvez

 

 

 

 

 

Já o Dr. Marcelo Gálvez, da Sociedade Chilena de Radiologia, esclareceu os erros de diagnóstico radiológico, entre eles os de subleitura; devido à satisfação de pesquisa e de percepção. Ele destacou a importância de uma formação multidisciplinar e a quebra de paradigma de um médico que atua apenas laudando.

Ainda, o Dr. Paulo Eduardo de Aguiar Kuriki apontou a necessidade de otimizar suas ferramentas de trabalho e automatizar processos repetitivos. Em referência a um meme da internet, o profissional brincou provocativamente e convidou os médicos radiologistas a reflexão: “Será que estou laudando meus exames como os astecas laudavam?”. Numa demonstração prática, Kuriki ainda apontou como utilizar códigos para a automatização de laudos.

O ensino radiológico é etapa fundamental para evitar equívocos na atuação do profissional. Por isso, o Dr. Ronaldo Hueb Baroni apresentou pontos importantes do aprendizado, passando por assuntos como a Pirâmide de William Glasser e a necessidade de não ser resistentes às tecnologias, como a inteligência artificial. “Ela não é um concorrente, mas uma aliada”, argumentou.

Na aula, ainda foi abordada a necessidade de promover uma formação médica que também trate de assuntos atuais, como o uso das redes sociais para disseminar conhecimento científico e divulgação do trabalho dos profissionais.

Entre as recomendações, está se importar mais com a qualidade dos seguidores, do que a quantidade; entender que o médico está obrigado a seguir as normas da sua profissão. O material sobre o assunto foi uma cortesia do cortesia Dr. Robertson Bernardo.

Para finalizar, foram apresentados projetos estabelecidos nas redes sociais: o “Radiologia do Tórax”, do Dr. Lucas de Pádua Gomes de Farias; o “Neurorradio”, da Dra. Ana Paula Alves Fonseca, além do Gineco em Imagem, da Dra. Ana Paula Carvalhal Moura, e o ”Radiologia Cutânea” da Dra. Luciana Zattar.

 

Repercussão da aula

Heráclio da Costa, médico radiologista, enfatizou a importância da troca de experiências: “A discussão sempre é mais produtiva quando temos a experiência de centros de outros países, é uma visão de diferente de culturas. É sempre muito engrandecedor ver palestrantes tão altamente qualificados”, disse. E completou: “Os temas também são muito relevantes, atuais e é muito interessante a diferença de gerações [entre os palestrantes]”.

Já Priscila Salvadori acompanhou e se surpreendeu com o conteúdo de redes socias: “Achei muito interessante ter uma visão diferente das redes sociais e como elas são usadas para divulgar conhecimento. Foi uma perspectiva diferente, já que geralmente esperamos discutir temas médicos específicos, como nódulos hepáticos ou fígado cirrótico”, avaliou.

 

Médicos radiologistas na prática diária

Dr. Henrique Simão Trad, que moderou a sessão, deu recomendações para que os médicos radiologistas sejam mais protagonistas e não apenas fazedores de laudos: “A primeira coisa que você precisa ter é o interesse, parar de olhar tudo que você faz só como laudar e pensar só na remuneração”.

E aconselhou: “Para quem está começando, tenha coragem de ligar para o médico solicitante, conversar sobre quaisquer dúvidas que possa ter em relação ao resultado do exame, orientá-los e solicitar o exame correto caso o pedido tenha sido feito incorretamente. Faça esse trabalho. Você pode receber uma ‘portada na cara’ algumas vezes, mas na maioria o resultado será positivo”.