“Inteligência artificial não é mais futuro, é realidade”.
O recado do Dr. Luciano Prevedello abriu o Módulo Tecnologia e Inovação da JPR 2024.
O chefe da Divisão de Informática em Imagem Médica da Ohio State University Wexner Medical Center mostrou os resultados das pesquisas que lidera sobre o assunto e de que forma as novas tecnologias precisam ser abraçadas e compreendidas pelos profissionais de radiologia: “A Inteligência Artificial tem aplicações que a gente nunca havia pensado antes, como o aumento da qualidade do laudo e a detecção de problemas dentro do laudo para que sejam corrigidos a tempo”.
Além disso, com a Inteligência Artificial, os radiologistas não precisarão mais gastar muito tempo elaborando laudos de exames: “Dessa forma, ao reduzir o tempo de uma ressonância, por exemplo, abrimos as portas para que mais pacientes possam ser atendidos pelos radiologistas”, explicou. A maior agilidade no trabalho também resulta em um melhor tratamento e experiência dos pacientes.
Dr. Prevedello também trouxe o conceito de “deep learning”, o método mais evoluído da Inteligência Artificial, que se baseia em uma tecnologia chamada redes neurais, que simula o comportamento do cérebro humano em um nível extremamente avançado.
Aplicação na prática
Já o radiologista do Instituto Prevent Senior, Dr. Fabricio Machado, trouxe uma aplicação real da tecnologia que transforma a forma de lidar com os dados de mais de 600 mil pacientes.
Ele explica que um dos principais usos da Inteligência Artificial é com o ChatGPT, que permite obter respostas a partir de comandos escritos. A ferramenta tem agilizado os atendimentos em consultório: “A Prevent Senior é uma empresa verticalizada em que a média de idade dos pacientes é de 65 anos. Esses pacientes já passaram por inúmeros médicos e têm prontuários enormes, com mais de vinte páginas corridas. Como o médico vai conseguir ler esses prontuários todos, de diversas consultas, sem perder a motivação e em apenas alguns minutos? A ideia é utilizar uma ferramenta de Inteligência Artificial que consiga ler o prontuário e trazer um resumo”.
O ChatGPT ainda faz uma análise final e crítica da jornada do paciente e dá sugestões para o profissional, como, por exemplo, dar uma atenção maior para o tratamento da diabetes. Por enquanto, na Prevent Senior essa tecnologia é usada na prática clínica, mas o próximo passo é aplicá-la na radiologia: “Imagina o quanto facilitaria para o radiologista receber um resumo do prontuário de um paciente antes de fazer o laudo?”. O especialista ainda contou que o ChatGPT pode criar laudos mais explicativos e didáticos diretamente para os pacientes.
Inteligência Artificial no ensino
Convidado internacional do módulo de palestras, o radiologista e professor do Hospital Universitário da Universidad Autonoma de Nuevo Leon em Monterrey, México, Dr. Guillermo Elizondo Riojas, trouxe o olhar didático sobre o tema.
Uma das linhas de pesquisa de Dr. Riojas são as formas de aplicar a Inteligência Artificial no ensino de futuros radiologistas. Ele acredita que a área de educação em radiologia precisa acompanhar a evolução tecnológica dos cuidados de saúde: “A Realidade Aumentada, por exemplo, tem grande impacto na retenção de informação e na compreensão de conceitos complexos, além de permitir experiências de aprendizado personalizadas”.
O pesquisador lembrou que o uso dos óculos de Realidade Virtual que trazem simulações para a sala de aula permitem vivências mais imersivas e ainda minimizam a exposição dos alunos à radiação, além de reduzir custos.
