JPR 2025
radiologistas brasileiros

“Em qualidade, não há diferenças entre radiologistas brasileiros e americanos”

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55ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2025) será realizada de 1º a 4 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Este ano, a SPR conta com a SAR (Sociedade Argentina de Radiologia) e a FAARDIT (Federação Argentina de Radiologia) em sua organização, e o evento terá como tema “Brasil e Argentina – Celebrando a amizade e a tradição na Radiologia”.

Confira a programação do maior congresso de Diagnóstico por Imagem da América Latina e garanta sua vaga! Membros ativos da SPR não pagam a inscrição e contam com outros benefícios – afilie-se ou renove sua anuidade até 20 de abril para garantir a isenção da taxa no evento!

Dentre os mais de 70 professores estrangeiros confirmados, está o Dr. Leonardo Kayat Bittencourt*, brasileiro que atua nos Estados Unidos e vai moderar uma sessão, além de conduzir uma aula no módulo Abdominal, Digestório e Geniturinário:

  • 03/05 às 14h45 – Biomarcadores de Imagem

Confira sua entrevista!

 

 

Pode por favor nos contar sua trajetória no país em que mora? 

Eu moro atualmente nos Estados Unidos, na cidade de Cleveland, no estado de Ohio, e trabalho para um sistema universitário chamado University Hospitals, que é afiliado à Case Western Reserve University.

Eu sou radiologista abdominal, membro da divisão de radiologia abdominal do meu departamento, mas também sou professor associado de radiologia e urologia na universidade, e eu sou vice-chair de inovação do meu departamento. E nessa condição de vice-chair, fico responsável por facilitar e habilitar todos os projetos de colaboração com indústria e academia, no compartilhamento de dados para desenvolvimento e validação de aplicações e inteligência artificial em radiologia.

 

Pode comparar a radiologia praticada aí com a praticada no Brasil?

É muito interessante essa pergunta sobre comparação entre a radiologia praticada nos Estados Unidos com a radiologia praticada no Brasil. Eu acho que as diferenças são muito mais operacionais e de ordem prática, como são as diferenças entre convênios ou quais são os tipos de exames e turnos de trabalho que os radiologistas têm em diversos tipos de ambientes do que técnicas.

Eu acho que o mais legal de dizer é que, tendo trabalhado mais de uma década como radiologista no Brasil e agora há quase cinco anos como nos Estados Unidos, não consigo ver diferença técnica entre a capacidade, a habilidade, a qualidade dos radiologistas brasileiros em relação aos melhores radiologistas americanos que eu vi trabalhar. Acho que é um motivo muito grande de orgulho para nós, brasileiros, saber que a nossa radiologia opera no maior nível técnico do mundo.

 

Quais são suas expectativas para a JPR 2025?

Eu sempre tenho as melhores expectativas para toda a JPR que eu vou. Meu pai, sendo ultrassonografista, me criou praticamente na JPR. Meu pai me levava às vezes pra algum evento relacionado à Jornada, e eu desde pequeno convivi com os mesmos amigos, com as gerações diferentes da radiologia, e hoje claro que eu faço parte também dessas gerações, então é um grande encontro de amigos para mim em primeiro lugar – ver amigos atuais e todos os residentes, fellows e alunos, e todo mundo que está sendo tão bem sucedido. Esta sendo uma realização muito grande poder ver toda essa comunidade junta e, lógico, a gente vai ter muito aprendizado a esperar na JPR 2025.

 

O que os participantes podem esperar de sua palestra?

Em minha palestra sobre biomarcadores de imagem, o que eu vou tentar demonstrar é como a gente consegue colocar quantificações e um pouco mais de medições nos métodos de imagem atuais e em desenvolvimento, que podem auxiliar na avaliação dos pacientes com câncer de próstata ou sendo investigados por câncer de próstata.

Muitos desses temas ainda não são presentes na prática clínica, mas é sempre interessante a gente saber o que está vindo pelo horizonte. Então a ideia é trazer um pouco dessa dimensão também para o público da JPR.

 

Que conselhos você daria aos jovens profissionais interessados em radiologia do abdome hoje?

O conselho que eu daria para radiologistas abdominais e para todos os radiologistas em geral é não mudar muito com o tempo – seja excelente no que você faz, procure ser muito bom ou boa clinicamente em primeiro lugar, procure ser um médico, uma médica excelente porque, independente dos desafios da profissão que venham pela frente, independente das novas implementações tecnológicas que as pessoas possam se preocupar, você sempre vai ter a sua capacidade técnica. E isso vai te diferenciar muito mais do que qualquer pessoa que esteja desenvolvendo um software ou algum burocrata que esteja mexendo com a sua prática. Acho que o bom médico, a boa médica vai sempre prevalecer na nossa profissão, e esse é o conselho, por mais básico que seja. Acho que é isso que que faz o diferencial no fim das contas.

 

*Radiologista Abdominal. Vice-presidente de Inovação da University Hospitals. Professor Associado do Departamento de Radiologia da Case Western Reserve University.