ENRC 2024

Dr. Andrei de Albuquerque: a consolidação da Radiologia Cardiovascular

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O Dia Mundial do Coração é celebrado em 29 de setembro e, entre outros aspectos, reforça a necessidade de cuidar desse órgão vital para a manutenção da vida.

Nas últimas décadas, houve grande evolução da medicina na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças do coração. A Radiologia e o Diagnóstico por Imagem acompanharam este movimento e, atualmente, a Radiologia Cardiovascular se consolidou como uma das principais ferramentas no manejo dos pacientes com doenças cardiovasculares, especialmente pela utilização da Angiotomografia e da Ressonância Magnética.

Sobre esse tema e acerca da próxima edição do ENRC, conversamos com o Dr. Andrei Skromov de Albuquerque, radiologista cardiovascular e coordenador da Radiologia Cardiovascular da SPR, do Grupo Fleury e do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Confira!

 

O que é radiologia cardiovascular?

É a subespecialidade da radiologia que tem foco na avaliação do coração e dos vasos sanguíneos (artérias e veias). Ela surgiu de forma mais relevante, impulsionada pela evolução tecnológica da tomografia e da ressonância magnética, a partir da década de 2000, que permitiu a realização de imagens cardíacas e vasculares de maneira mais rápida e precisa, o que aumentou a acurácia diagnóstica destes métodos.

 

Por que a tomografia ganhou destaque?

Angiotomografia das artérias coronárias é o único método diagnóstico não invasivo que tem capacidade de confirmar ou excluir com precisão a presença de Doença Arterial Coronariana (DAC).

Desta forma, permite identificar paciente com DAC inicial ou subclínica (que ainda não causa sintomas) e introduzir medidas terapêuticas para impedir ou reduzir a velocidade de progressão da doença, evitando o desenvolvimento de obstrução arterial coronariana e suas consequências, como o infarto agudo do miocárdio.

 

E a ressonância?

A ressonância magnética tem grande capacidade de análise morfológica e funcional do coração, como avaliação do músculo cardíaco, das dimensões e da contração cardíacas, análise do fluxo e da perfusão miocárdica, dentre diversas outras aplicações.

Como exemplo prático de uma de suas principais utilizações, a ressonância permite caracterizar com alta acurácia se uma alteração em parte do coração tem natureza isquêmica (infarto) ou não isquêmica (doenças de causa não vascular), permitindo melhor manejo do paciente. Outra aplicação relevante é a pesquisa de isquemia miocárdica (déficit de suprimento sanguíneo que ocorre antes do infarto), semelhante a uma cintilografia do miocárdio, porém com tempo de realização do exame significativamente menor.

 

 A SPR investe na formação de radiologistas cardiovasculares?

Sim. Em meados dos anos 2000, o tema já era pauta da SPR e diversas atividades foram criadas, dentre elas o Grupo de Estudos de Radiologia Cardiovascular (CARDIO), as atividades de radiologia cardiovascular na JPR e o Encontro Nacional de Radiologia Cardíaca (ENRC) que, neste ano, será em 18 e 19 de outubro.

 

Quais são as expectativas profissionais para esse especialista?

É uma subespecialidade em crescimento constante e com demanda cada vez maior de pacientes buscando estes métodos; portanto, as expectativas são muito boas para quem quer atuar na área.

No início da especialidade, havia poucos centros formadores no Brasil e grande parte dos pioneiros na área fizeram treinamento no exterior. No entanto, hoje a formação em Radiologia Cardiovascular já está presente em diversas instituições de referência no país, em resposta a esta demanda crescente dos exames da área e também do interesse dos Radiologistas pela subespecialidade.

 

E por que a demanda está crescendo?

Todo ser humano tem coração e todos os órgãos do corpo são nutridos pelos vasos sanguíneos, ou seja, o sistema cardiovascular é fundamental para a manutenção da vida e do adequado funcionamento dos órgãos.

As patologias cardiovasculares sempre existiram, mas tinham análise limitada, devido à limitação tecnológica dos equipamentos; porém, com essa evolução, hoje os exames cardiovasculares apresentam excelente qualidade diagnóstica e trazem diversos benefícios tanto para o diagnóstico de pacientes com doença subclínica (assintomáticos), quanto para aqueles com doença já estabelecida e que precisam de acompanhamento.

A tecnologia tende a evoluir cada vez mais e ficar mais acessível para uma maior parcela da população e, por todos esses motivos, a demanda cresce constantemente.

 

O que você tem a dizer sobre o próximo ENRC?

O ENRC é um evento direcionado aos radiologistas e cardiologistas que atuam na área e para aqueles que estão iniciando ou que tenham interesse no tema. É um fórum importante para quem deseja se aperfeiçoar ou buscar conhecimento referenciado e, também, um ótimo momento para reencontrar amigos e ampliar a rede de relacionamentos entre especialistas.