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Agosto de 1995: atualização e integração na radiologia

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No segundo semestre de 1995, ano em que se comemorava o Centenário da Radiologia, dois cursos importantes chamaram a atenção dos profissionais da área: o III Curso de Atualização em Ultrassom e Tomografia Computadorizada e a primeira edição do Curso de Diagnóstico por Imagens em Câncer.

Este último teve um peso especial, por ser realizado em parceria com o Hospital Sírio-Libanês e a Harvard Medical International. Os eventos reforçavam a importância da formação contínua e da troca de experiências em um campo que evolui rapidamente.

Dr. Nestor de Barros, presidente da SPR na época, destacou que, apesar dos avanços tecnológicos, o foco do diagnóstico por imagem deveria ser sempre o paciente. Ele defendeu que cada método – seja ultrassom, tomografia, ressonância ou medicina nuclear – tem seu papel, e que o segredo está em saber quando e como utilizá-los de forma complementar. Segundo ele, não adianta criar rivalidade entre técnicas ou áreas: o importante é garantir um diagnóstico preciso e um cuidado cada vez melhor com o paciente.

Outro ponto levantado em seu texto foi a necessidade de união dentro da especialidade. Em vez de separar e competir, o momento era de fortalecer a radiologia como um todo, promovendo eventos de qualidade, metas bem definidas e integração entre os profissionais. A atualização constante não era apenas uma exigência técnica, mas também uma forma de reconhecer o esforço das gerações anteriores e preparar o caminho para os desafios futuros – talvez até o que estamos vivendo hoje, trinta anos depois. 

 

Reorganizar e crescer eram os objetivos do CBR há 30 anos

Na época, o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) já era uma entidade com atuação nacional, mas ainda realizava seu congresso anual por meio das sociedades regionais filiadas, seguindo um modelo estatutário antigo. Isso criava dificuldades operacionais e pouca padronização. Como consequência, muitas sociedades não cumpriam as obrigações de repasse financeiro ou estrutura adequada, o que limitava a continuidade e a qualidade dos eventos.

Pensando nisso, Dr. Luiz Karpovas, presidente do CBR na época, escreveu uma proposta no Jornal da Imagem em 1995. Ele destacou três razões principais para a necessidade de reformular a estrutura do Congresso Brasileiro de Radiologia:

  1. Urgência de profissionalizar a gestão do evento, garantindo continuidade administrativa e evitando prejuízos causados por mudanças de diretoria;
  2. A concentração excessiva de atividades em poucos centros, o que prejudicava a abrangência nacional e a eficiência das ações;
  3. A falta de uma assessoria jurídica e técnica permanente, essencial para apoiar a diretoria diante de demandas crescentes e cada vez mais complexas.

Em seu texto, ele ainda alertava para os desafios crescentes na área médica e a necessidade de uma gestão profissionalizada, que garantisse continuidade administrativa, mesmo com a troca de presidentes. A proposta envolvia, inclusive, a contratação de uma assessoria jurídica e técnica especializada, capaz de dar suporte ao corpo diretivo em questões complexas.

Além disso, a proposta visava conter o crescimento desordenado de congressos locais com conteúdos e datas sobrepostos. A centralização do Congresso, segundo o CBR, poderia melhorar a qualidade científica, reduzir custos e promover um calendário mais racional. Para isso, o Colégio convocou uma assembleia geral extraordinária na época, a ser realizada em setembro de 1995, com o objetivo de votar mudanças nos estatutos e definir o futuro da entidade.