Em julho de 1995, o Jornal da Imagem publicou um editorial assinado pelo Dr. Luiz Karpovas, então presidente do CBR, no qual ele abordou o papel da entidade no cenário nacional e defendeu a necessidade de mudanças estruturais para fortalecer sua atuação. O texto enfatizou a urgência de tornar o Colégio mais representativo e com maior poder de ação frente aos problemas que afetavam diretamente a classe médica, especialmente os radiologistas.
O médico destacou que, apesar da crise na medicina, poucos se mobilizavam em prol da Radiologia, e que havia uma percepção equivocada sobre o papel do CBR, muitas vezes reduzido a um organizador de eventos. Segundo ele, isso prejudicava financeiramente a entidade, já que a renda dos congressos era parcialmente retida por estados e sociedades regionais, sem retorno proporcional.
Além disso, ele criticou a falta de unidade entre as entidades médicas e chamou atenção para a importância de centralizar decisões e fortalecer a representatividade da classe nos debates nacionais. Um exemplo citado foi a criação de cursos de técnicos em Radiologia por faculdades privadas, autorizadas sem o devido debate com a classe.
O editorial concluiu com um apelo à união dos radiologistas em torno do CBR e à participação ativa nas decisões que envolviam a especialidade, reforçando a importância da entidade como órgão representativo dos interesses coletivos da Radiologia brasileira.
Quais assuntos foram mais buscados nos livros lançados na JPR?
O Dr. Omar Gemba Taha escreveu sobre os grandes sucessos da JPR daquele ano, que já era considerada uma versão nacional do RSNA. Segundo ele, o evento crescia a cada ano e atraía radiologistas de todo o país, oferecendo palestras de qualidade, grande variedade de expositores e muitas inovações tecnológicas na área de DI.
O autor comentou que a demanda por temas relacionados ao ultrassom, principalmente o uso do Doppler, havia aumentado bastante, refletindo o interesse crescente dos profissionais por essa especialidade. Um dos livros mais vendidos durante o evento foi o “Urogenital Ultrasound – A Text Atlas”, que abordava o trato geniturinário. O sucesso da obra foi atribuído à sua abordagem didática, ilustrada e ao foco em aplicações práticas.
Também foi mencionada a popularidade do livro “Ultrasound and Interventional Procedures in Urology”, que aprofundava temas como biópsias, dilatações, punções e drenagens, e o “Ultrasound of Superficial Structures”, voltado para estruturas mais periféricas, como articulações, tendões, linfonodos e aplicações intraoperatórias.
A força da mastologia no Brasil
O Prof. Dr. Antonio Figueira discorreu sobre o pioneirismo da mastologia brasileira e a proposta do Título de Habilitação em Mamografia, destacando como o Brasil foi vanguarda na área e mencionando a criação do INCA, em 1959, seguido da Sociedade Brasileira de Patologia Mamária, que viria a se tornar a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). O próprio termo “mastologia” teria sido usado primeiro por brasileiros e depois adotado por outros países da América Latina.
Sob a liderança do Professor Alberto Coutinho, a SBM promoveu o desenvolvimento da especialidade com cursos, jornadas e congressos, incluindo o primeiro Congresso Brasileiro de Mastologia, no Rio de Janeiro, em 1971. O médico também relembrou o envolvimento da mastologia brasileira com a comunidade internacional, como na Sociedade Mundial de Senologia e a fundação da disciplina de Mastologia como cadeira obrigatória na graduação médica pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, em 1987.
Em 1978, as lideranças da mastologia fundaram a AMB como entidade independente e, em 1990, foi realizado o primeiro concurso para obtenção do Título de Especialista em Mastologia (TEMA), que passou a ser aplicado anualmente. Também foi citado o fortalecimento da mamografia como técnica de diagnóstico e o avanço da mastologia no combate ao câncer de mama com base em conhecimentos cirúrgicos, clínicos e radiológicos.