JPR 2024
Dr. Guillermo Elizondo Riojas, Presidente do Comitê Internacional de Educação em Radiologia da RSNA (Fotos: Kelly Queiroz)

RSNA apresenta tendências em educação e atuação do radiologista

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No mundo dinâmico de hoje, as profissões precisam de atualizações para se manterem o mais relevantes possíveis, e não é diferente para o radiologista; esta realidade foi evidenciada no módulo “Profissionalismo e Gestão em Saúde – Sessão RSNA – Novas Tendências em Educação”, realizado nesta sexta-feira (03).

 

Transformando o ensino da radiologia para a nova geração de médicos

Abrindo a sessão, o Dr. Guillermo Elizondo Riojas, Presidente do Comitê Internacional de Educação em Radiologia da RSNA, apresentou a necessidade da radiologia transformar o seu ensino. “Os estudantes de Medicina não estão expostos à radiologia como parte do currículo; eles não associam a área imediatamente a uma especialidade ou cuidado do paciente. Por isso, temos que integrar as novas tecnologias que são atrativas para os jovens”. 

Dra. Tabby Kennedy

Como parte desta estratégia, o profissional apontou o artigo “Preparing the Next Generation of Radiology Trainees for the Future of the Specialty”, além de conscientizar o aluno sobre o papel da especialidade no diagnóstico e na tomada de decisão clínica. “O desafio é equilibrar a radiologia básica e os novos conceitos, e parte disso é o ensino imersivo com a realidade aumentada e outras técnicas”, argumentou.

Complementando o assunto, a Dra. Tabby Kennedy, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin, criticou o ensino com imagens estáticas e únicas, que limitam a aprendizagem dos alunos. “Desta forma, eles dependeriam do professor, da sua capacidade de escolher as imagens e de ensinar, e às vezes isso não é transmitido num PowerPoint”, alertou. 

Para ilustrar um ensino mais dinâmico, ela menciona um caso em que 70 imagens DICOM foram utilizadas para detalhar um único diagnóstico. Exemplos como este auxiliam no desenvolvimento da autonomia e segurança para a prática.

 

Radiologia do futuro: trabalho remoto ou presencial 

A sessão repensou ainda os efeitos positivos e negativos do trabalho remoto, chegando à conclusão de que o trabalho híbrido é a melhor recomendação. Nesse modelo, é possível aproveitar as vantagens do home office sem perder o contato necessário com o trabalho presencial, especialmente em ambientes como hospitais.

Nesta dinâmica, as reuniões online podem ser essenciais para o fluxo do trabalho, seja para discutir um laudo ou otimizar processos. “Os encontros não devem ser apenas um fórum para discutir problemas; eles precisam ser eficientes, e acontecerem quando o assunto não puder ser resolvido por telefone ou mensagem”, afirma o Dr. Kevin McGill, Radiologista Musculoesquelético na UCSF, onde atua como Diretor de Intervenções Musculoesqueléticas e coordena o serviço de biópsia por ultrassonografia musculoesquelética.

Ele citou ainda o artigo “Work From Home in Academic Radiology Departments: Advantages, Disadvantages and Strategies for the Future”, como referência do tema.

 

A importância da comunicação assertiva com o paciente 

Manter o paciente informado sobre o seu quadro, explicando desde o pedido da biópsia, até o diagnóstico e tratamento, é fundamental para a adesão do tratamento e melhores prognósticos. “Se você comunica bem, antes, durante e depois, o paciente fica mais tranquilo e isso auxilia em todo processo”, salienta a Dra. Stamatia Destounis, Presidente do Comitê de Planejamento do Programa de Reunião Anual da RSNA.

A comunicação efetiva insere o paciente como protagonista, que compreende seu quadro, como a necessidade de cada exame, por exemplo. Já no caso de más notícias, como confirmação de um câncer, é importante “oferecer esperança, não irreal, mas ser realista”, completou a profissional.