JPR 2024
Dr. Celso Hygino com a Dra. Alessandra de Pinho Pimenta Borges, que teve trabalho condecorado no RSNA 2023 (foto: Carol Cassiano)

Conheça trabalhos brasileiros condecorados no RSNA 2023

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Quatro médicos brasileiros que tiveram trabalhos condecorados no RSNA 2023 estiveram presentes na JPR 2024 para contar detalhes de seus conteúdos: Drs. Aline Dias Silva Guerreiro, Vitor Chiarini Zanetta, Thiago José Pinheiro e Daniel Cardoso. Eles dividiram a felicidade de serem homenageados no maior congresso de diagnóstico por imagem do mundo.

A médica radiologista e diretora médica em RDI da Regional Sul/Dasa, Dra. Aline Dias Silva Guerreiro, foi condecorada com o trabalho “Pseudoprogressão – um novo desafio para o radiologista mamário”,  que trata sobre o  fenômeno da pseudoprogressão do câncer de mama em pacientes em vigência de imunoterapia. Segundo ela, a ideia surgiu durante uma reunião de discussão de um caso real sobre essa possibilidade em uma paciente. 

“Por se tratar de um fenômeno raro, procurei estudar o assunto e me surpreendi em relação à escassez de literatura sobre o tema, especialmente no cenário da oncologia mamária. Imediatamente pensei que se tratava de um tema a ser explorado pelos radiologistas, pois embora seja um fenômeno bastante raro, ele pode sim acontecer e é necessário que caminhemos na direção de desenvolver protocolos de imagem capazes de reconhecer o fenômeno precocemente a fim de evitarmos a interrupção precoce de um tratamento que equivocadamente possa parecer não estar funcionando”, explicou. 

Dra. Aline já havia recebido um certificado de mérito em um trabalho apresentado no RSNA de 2020 com o título “A breast odissey”. E, agora, afirma que “foi emocionante receber o prêmio no maior congresso de radiologia do mundo. Sinto como uma reafirmação à qualidade da radiologia do nosso país”, finaliza. 

O tema câncer de mama também foi explorado pelo radiologista Vitor Chiarini Zanetta, especialista em mama pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ele também recebeu a condecoração com o trabalho “De volta do tumor: navegando a recorrência do câncer de mama como um especialista”. Seu trabalho foi uma revisão multimodalidade sobre os achados da recorrência do câncer de mama. Segundo ele, o estudo foi motivado pela dificuldade prática para a análise das pacientes com histórico de câncer de mama.

“A gente tem muito trabalho na interpretação dos achados de imagem, especialmente na identificação de achados sutis que podem representar esse dívio. Uma vez que o tratamento, radioterapia, cirurgia conservadora promovem uma série de alterações que mimetizam a malignidade.” 

Para ele, a revisão sobre os achados em diferentes fases de tempo nos meses seguintes ao tratamento de câncer “deu um entendimento mais sólido sobre como deve ser a mama operada, a mama submetida ao tratamento. E, eventualmente, quando há uma evolução atípica, suspeitar de uma recidiva: “Nas pacientes mastectomizadas, ilustramos as técnicas de reconstrução mamárias. Sob o olhar do radiologista, acho que elas solidificam bastante o aprendizado dos aspectos de imagem, porque é uma área que a gente nem sempre tem vivência e é difícil às vezes de entender os achados nos exames de imagem”.

Residente em radiologia no Hospital Sírio-Libanês, Dr. Thiago José Pinheiro foi outro dos condecorados no congresso da RNSA com o trabalho “Ressonância magnética do reto: além dos conceitos básicos”.  O médico explica que queria muito estudar algo que fosse bastante relevante aos pacientes.  

“Se a gente considerar que o câncer colorretal é o terceiro mais diagnosticado do mundo, então é um tema extremamente necessário. Também queria tratar de algo em que tivesse algumas lacunas e, quando falamos em ressonância magnética do reto, é um laudo muito peculiar. Não é como laudar só uma ressonância de abdome total, há particularidades que a gente precisa entender.”

De acordo com o médico, o objetivo era sistematizar as lacunas para ajudar radiologistas e residentes em radiologia a entender estruturalmente o que deve constar no laudo. “O mais interessante é que, ao fazer um trabalho assim, a gente aprende, a gente aprende estudando e ensinando. E foi muito legal”, conta. 

Essa não é a primeira vez que Dr. Pinheiro recebe uma condecoração. Ano passado, ele levou um caso de linfoma primário cutâneo de grandes células B ao Clube Manoel de Abreu e ficou em terceiro lugar em uma premiação realizada. Também foi convidado a escrever com uma amiga um artigo para a revista RadioGraphics.

“Acho muito legal participar das atividades. O Clube Manoel de Abreu mesmo é sensacional, estive presente duas vezes, tanto para a gente interagir com colegas de profissão, quanto para a gente participar também da discussão dos casos com radiologistas mais experientes.” 

O residente do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Daniel Linhares Cardoso, também teve o seu trabalho intitulado “Have you ever seen the rain? Fístula pancreática: da suspeita ao diagnóstico” condecorado pelo congresso nos EUA. 

Segundo ele, “o diagnóstico [de fístula pancreática] pode ser desafiador e a imagem pode contribuir na detecção precoce dos achados e manejo, além de identificar fatores que podem sugerir pacientes com mais risco de desenvolver fístulas pancreáticas. Pudemos avaliar algumas características, como textura do parênquima pancreático, calibre do ducto pancreático principal e IMC como fatores de risco pré-operatórios e os achados de imagem que podem sugerir o diagnóstico de fístula pancreática ou de síndrome de desconexão ductal”.

Dr. Cardoso relembra que já teve o prazer de ser condecorado em outras situações e para ele é  gratificante. “A elaboração de um trabalho exige esforço e dedicação; fico honrado em poder contribuir e ser reconhecido por isso”, finaliza o médico.