Notícias
hanseníase

A ultrassonografia para diagnosticar a hanseníase

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Email

O Dia Mundial da Luta Contra a Hanseníase é celebrado no último domingo de janeiro. A data foi criada para fortalecer a conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce.

A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, mucosas e olhos. Também conhecida como lepra e muito estigmatizada no passado por seu caráter mutilante, hoje, com o tratamento médico adequado disponível no SUS, seu manejo costuma ser muito mais eficaz, informa a médica radiologista Dra. Julia Diva Zavariz, especialista em ultrassonografia e membro da SPR.

O diagnóstico da hanseníase é feito, principalmente, por meio de exames clínicos, como testes de sensibilidade e, em alguns casos, com auxilio de exames laboratoriais, como a baciloscopia e a biópsia. “Além disso, a ultrassonografia de alta resolução para o estudo de nervos periféricos é uma ferramenta extremamente útil na avaliação da neurite hansênica”, destaca Dra. Julia.

Segundo a especialista, nos portadores da doença, esse exame de imagem pode revelar alterações neurais, como espessamento focal assimétrico, reforçando o diagnóstico de neurite por esta causa, em casos de menor sintomatologia. O exame também ajuda a excluir outros diagnósticos diferenciais de neuropatias compressivas e a identificar complicações como abcessos ou granulomas.

Dra. Julia alerta que a ultrassonografia de alta resolução deve ser realizada por imaginologistas especialistas em ultrassonografia musculoesquelética ou dermatológica. “É fundamental que o especialista conheça as particularidades da hanseníase, pois o Brasil é um país em que esta doença é endêmica e, por vezes, é nosso reconhecimento das anormalidades neurais que pode levar à suspeição da doença”, diz.

Bibliografia:

  1. guia-pratico-de-hanseniase (www.gov.br)
  2. Martinoli C, Derchi LE, Bertolotto M, Gandolfo N, Bianchi S, Fiallo P, Nunzi E. US and MR imaging of peripheral nerves in leprosy. Skeletal Radiol. 2000 Mar;29(3):142-50. doi: 10.1007/s002560050584. PMID: 10794551.
  3. Elias J Jr, Nogueira-Barbosa MH, Feltrin LT, Furini RB, Foss NT, Marques W Jr, dos Santos AC. Role of ulnar nerve sonography in leprosy neuropathy with electrophysiologic correlation. J Ultrasound Med. 2009 Sep;28(9):1201-9. doi: 10.7863/jum.2009.28.9.1201. PMID: 19710218.
  4. Lugão HB, Nogueira-Barbosa MH, Marques W Jr, Foss NT, Frade MA. Asymmetric Nerve Enlargement: A Characteristic of Leprosy Neuropathy Demonstrated by Ultrasonography. PLoS Negl Trop Dis. 2015 Dec 8;9(12):e0004276. doi: 10.1371/journal.pntd.0004276. PMID: 26646143; PMCID: PMC4672904.
  5. Voltan, Glauber. (2019). Correlação entre a endemicidade e contato em hanseníase nas alterações morfológicas dos nervos periféricos definidas por ultrassom. Hansenologia internationallis: hanseníase e outras doenças infecciosas. 44. 67. 10.47878/hansenologia.2019.v44.34117.