No futuro da radiologia, não há mais espaço para profissionais que atuem apenas como um “laudador”, é preciso se reinventar. A afirmação foi tema de discussão da sessão “Profissionalismo e Gestão – Radiologistas como Clínicos – Direcionando a Radiologia para o Paciente”, que aconteceu nesta sexta-feira (03).
O radiologista deve se colocar como protagonista, interagindo tanto com o médico solicitante quanto com o paciente. “Não basta apenas ter conhecimento técnico e fornecer bons laudos; precisamos retomar as origens do que nós efetivamente somos e que devemos continuar a ser: médicos”, defendeu o Dr. Cesar Higa Nomura, Presidente do Conselho Consultivo da SPR.
Ainda que a inteligência artificial seja uma tendência na área, seu papel é auxiliar os profissionais. A empatia e o contato humano são insubstituíveis. ”A mensagem central aqui é que o nosso papel está mudando no mundo da saúde. Aqueles que não compreenderem essa transformação e não considerarem a história enfrentarão dificuldades no futuro. Eu posso dizer que a mudança é agora”, destaca.
Em alusão às transformações, o médico utilizou o exemplo da Rolex e da Kodak – enquanto a primeira se adaptou ao mercado, a segunda foi do auge à falência por não se adaptar à nova era.
A radiologia do futuro é uma tendência global. “Não importa o país onde os radiologistas estão, a situação é muito semelhante mundialmente, tanto em relação à nossa posição atual quanto ao nosso direcionamento futuro”, afirma o Dr. Jorge A. Souto, Chefe de Radiologia do Bonton Medical Center.
Ele ainda defende que o médico radiologista deve manter o paciente informado. “O paradigma mudou para só informe os resultados do exame se o paciente te perguntar, para conte o resultado”. Neste esquema, no exame deve ser incluído também o telefone do médico que realizou o laudo, para que o paciente possa entrar em contato em caso de dúvidas.
Em síntese, o risco da radiologia não está na ascensão das inovações, mas, sim, no fato dos profissionais que podem ignorar o cenário atual. “Se nós não concordamos que temos que mudar nossa percepção, quem fará isso por nós?”, provoca o Dr. Jorge.
