Durante a sessão de Mama, a Dra. Stamatia Destouni, Presidente do Comitê de Acreditação de Ressonância Magnética de Mama e do Comitê de Auditoria do ACR, e Sub-chefe de Mamografia na 6ª edição do BI-RADS, apresentou as alterações que estão sendo discutidas pelo Comitê para esta edição. As mudanças ainda estão em curso, então ela explicou que não são definitivas.
Dra. Destouni ressaltou: “Mudamos e ‘desmudamos’, mas, entre a quarta e a quinta edição, passaram-se muitos anos”, logo após apresentar os membros do atual Comitê do BI-RADS. As mudanças visam maior acurácia, consistência e clareza nos laudos de imagem de mama, de forma a melhorar o manejo do paciente e seu entendimento.
Confira os principais pontos de atenção:
- Linguagem padronizada: algumas terminologias foram aprimoradas para relatórios e interpretação mais consistentes. Dra. Destounis destacou o papel do FDA para estabelecer uma regra em que todos os Estados americanos usem a mesma terminologia. “Vai facilitar para o paciente”, declarou.
- Imagem digital: diretrizes atualizadas para acomodar a mamografia digital, tomossíntese e outras tecnologias avançadas de imagem.
- Relatório de densidade mamária: categorias mais específicas para avaliação da densidade mamária, auxiliando na avaliação de risco e recomendações de acompanhamento. Segundo a Dra. Destouni, as novas classificações de densidade falam de risco inerente, como áreas de tecido gorduroso. “Precisamos avaliar a densidade da mama em todas as visitas, mesmo que isso varie ao longo do ciclo da mulher”, acrescentou. “O tecido gorduroso não tem só o efeito de mascarar, mas sim um risco inerente. Também a forma como descrever a massa teve correções de linguagem como Não usar mais o ‘formato lobular’ e sim ‘lobulado’”.
- Modalidades adicionais: inclusão de critérios de ressonância magnética e ultrassonografia de mama para uma avaliação abrangente.
- Distorção arquitetônica: esclarecimento e refinamento de descritores de distorção arquitetônica, auxiliando na comunicação e interpretação mais claras.
- Casos especiais: melhor orientação para avaliação de implantes mamários, alterações pós-cirúrgicas e lesões incomuns, melhorando a precisão do diagnóstico e o manejo do paciente.
- Relatórios estruturados: ênfase em modelos de relatórios estruturados para melhorar a comunicação entre radiologistas e médicos solicitantes.
Há ainda muita discussão sobre os formatos: “Tiramos o termo ‘calcificações do tipo pipoca’ e ‘milk of calcium’ – são termos que não serão mais usados”, complementou a médica. A Dra. Destouni chamou atenção para diversos pontos da imagem versus conduta, como por exemplo o duto dilatado solitário, que, a menos que haja outras suspeitas, com certeza é benigno. A biópsia é recomendada quando há outros sintomas e achados.
No ultrassom, por exemplo, a casca ecogênica não uniforme tem um valor preditivo alto e precisa de biópsia. “É diferente de pseudo casca ecogênica, que pode ser uma massa de qualquer formato”, destacou. “Estamos melhorando muito as classificações em USG, usando muito ciência e destacando uma nova categoria chamada de ‘nonmass’”, apontou Dra. Destouni.
Outro detalhe destacado pela chefe do Comitê BI-RADS foi o conselho para não usar mais números “quebrados” nas medidas: “Use números inteiros; não use 3,2 e sim, 3,5!”.