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Agosto de 1993: comemoração dos 15 anos do Jornal da Imagem

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O Jornal da Imagem celebrava o seu 15º aniversário, marcando 180 edições mensais. Com alcance de mais de 4.000 médicos diretamente, o jornal percorreu várias regiões, incluindo cidades, estados e até países, disseminando informações sobre diagnóstico por imagem.

O papel essencial do periódico para radiologistas em geral era destacado, especialmente por sua integração na comunidade radiológica do país e pela contribuição ao avanço de eventos, informações médicas e aprimoramento profissional.

Além de ser um órgão de defesa profissional, o jornal foi um instrumental na busca por uma valorização adequada da profissão. Esse esforço resultou em reformulações e atualizações no design e conteúdo do Jornal da Imagem ao longo dos anos.

Nesta edição, um novo passo foi dado com a introdução do 2° Caderno, concentrando artigos de atualidades científicas. Mudanças técnicas, como a numeração de páginas, design mais elegante e um padrão unificado para seções, foram implementadas – e esse era só o começo. A busca pela melhoria contínua era a meta, e o Jornal da Imagem estava comprometido com esse caminho.

 

Eleições e o futuro da profissão

Em 26 de agosto de 1993, ocorreriam eleições cruciais para a Associação Médica Brasileira e suas filiais. Era um momento importante para os médicos de todo o país, já que o futuro da profissão estava em jogo.

Nestas eleições, a forma como se apresentaram as chapas mereceu atenção. Algumas regiões tiveram disputas entre duas chapas, enquanto outras tiveram apenas uma candidatura. Em eleições únicas, era comum haver menor participação, já que a competição costumava incentivar mais médicos a comparecerem para votar.

Um aspecto preocupante foi a falta de conhecimento dos médicos sobre as chapas e os candidatos que estavam concorrendo. Isso levantou questionamentos sobre a tomada de decisão informada e consciente por parte dos votantes.

Duas propostas estavam em destaque. A chapa liderada pelo até então atual presidente era a continuação de uma política que trouxe mudanças significativas à associação, como a implementação da Tabela de Honorários Médicos, que teve um impacto nacional nos honorários dos procedimentos médicos.

A outra chapa, encabeçada por Celso Guerra, apresentava desafios. Até aquele momento, não havia ficado claro qual era o programa proposto, deixando muitos médicos na incerteza sobre suas intenções e planos para a profissão.

O então atual presidente, Mario Cardoso, era reconhecido por sua dedicação incansável à causa médica. Sua busca por implementar a nova tabela enfrentou desafios legais, mas demonstrou sua determinação em apoiar a profissão.

No entanto, Celso Guerra adotou uma postura de oposição sistemática à administração atual, o que levantou dúvidas sobre suas intenções e a coesão da classe médica sob sua liderança.

Foi fundamental que os médicos participassem dessas eleições, especialmente onde havia apenas uma chapa. As escolhas feitas afetariam diretamente o futuro da profissão médica no Brasil. O engajamento era crucial para garantir a continuidade dos avanços já alcançados e para preservar a dignidade e os interesses da classe médica como um todo.

 

Hospital do Câncer e a crise

O Hospital A.C. Camargo celebrava 40 anos em meio a desafios na saúde pública. O até então diretor do Serviço de Radioterapia, Dr. Nivaldo Trippe, destacava a ausência de uma política de saúde sólida como agravante da crise na medicina nacional. Apesar disso, o Hospital do Câncer permanecia crucial para tratamento, pesquisa e formação de especialistas.

A pesquisa era focada em métodos alternativos de tratamento, e a “preservação” monitora pacientes tratados após a alta. O hospital também priorizava a prevenção, especialmente no câncer ginecológico, realizando exames e oferecendo informações.

Em sua trajetória, o hospital abandonou cirurgias mutiladoras, optando por tratamentos conservadores em casos como o câncer de mama, com resultados comparáveis aos procedimentos mais invasivos.

A abordagem multidisciplinar reunia radioterapeutas, cirurgiões e oncologistas, colaborando em protocolos específicos. Investimentos da época incluíram um Aparelho de Alta Taxa de Doses (HDR), permitindo tratamentos eficazes e seguros sem internação.

Apesar de desafios financeiros, o hospital buscava ampliar atendimentos por convênios para sustentabilidade. A falta de recursos do SUS impactava a operação, destacando a necessidade de investimentos governamentais.

O Hospital do Câncer continuava sendo um centro de excelência médica, pesquisa e formação, enfrentando obstáculos financeiros e falta de apoio governamental para atender à população.