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Outubro de 1993: as consequências dos convênios de saúde

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Na edição de outubro de 1993 do Jornal da Imagem, um artigo escrito pelo Dr. Rubens Mussiello, até então presidente da AMES, expressou a esperança de manter clínicas privadas e consultórios médicos, porém, reconhecendo a realidade da dependência dos planos de saúde. Os médicos estavam preocupados com a ética e a qualidade profissional de colegas que administravam convênios, já que priorizavam funções administrativas em detrimento dos compromissos médicos.

Naquela época, alguns convênios exigiam currículos e especializações, mas o critério de credenciamento era fraco, nivelando médicos experientes com outros menos competentes. Isso levava os pacientes a procurarem os mais experientes após atendimentos negligenciados.

Além disso, a qualidade de clínicas e laboratórios variava amplamente, mas o custo era uniforme. Alguns médicos aceitavam preços abaixo da tabela para manter seus empregos. Isso os levava a indicar serviços de qualidade superior, mas isso podia gerar interpretações equivocadas por parte dos pacientes.

Naquela época, a ética médica impedia médicos de criticar publicamente os locais, mas a falta de critérios rigorosos colocava a vida dos pacientes em risco. Foi feito um apelo aos responsáveis pelos convênios para credenciar os melhores prestadores de serviços, visando garantir segurança para todos os envolvidos, especialmente os pacientes.

 

CBR: fim da gestão do Dr. Hilton Koch

Naquele mês, o Colégio Brasileiro de Radiologia encerrou um período notável de gestão do Dr. Hilton Koch. Durante esse tempo, Hilton deixou uma marca memorável de realizações que refletiam sua determinação e competência. Ele transformou o CBR, contribuindo significativamente para o campo da radiologia no Brasil.

Hilton demonstrou um profundo compromisso com a formação dos radiologistas brasileiros, focando no ensino médico e na formação pós-graduada. Ele trabalhou para melhorar as residências médicas, obtendo recursos para a publicação de manuais de radiologia, e colaborando com o Ministério da Saúde e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM) para desenvolver um protocolo de qualificação para serviços de mamografia.

Em termos de gestão administrativa, ele conseguiu aumentar o número de associados, reduzir a inadimplência e melhorar as finanças do CBR. Ele transformou o Boletim do CBR em um meio de divulgação de alta qualidade para radiologistas nacionais, e a Revista do CBR tornou-se financeiramente independente e amplamente respeitada.

Com a eleição iminente de uma nova diretoria do CBR, o compromisso era dar continuidade às realizações positivas e enfrentar os desafios que a radiologia enfrentava. A nova equipe planejava analisar a situação da área em diferentes regiões do país, identificar os problemas que a afetavam e promover a união da comunidade radiológica. A missão era fortalecer o CBR como representante dos radiologistas e defender seus interesses.

Este era um momento crucial, marcado por desafios políticos e econômicos, incluindo ameaças à Tabela de Honorários e à reputação da especialidade. A nova diretoria estava comprometida em enfrentar essas questões, promover o título de especialista e melhorar a colaboração entre radiologistas, empresas do setor e outros profissionais de saúde.